O advogado e ex-ministro José Eduardo Cardozo, defensor da presidente afastada Dilma Rousseff, afirmou nesta quinta-feira que a decisão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de renunciar à presidência da Câmara dos Deputados coloca em xeque o processo de impeachment da petista. Cardozo chamou a atenção para o fato de Cunha ter confessado, no discurso em que abdicou do comando da Câmara, que “sem dúvida alguma” o marco da sua gestão foi ter admitido a abertura do processo de impedimento contra Dilma.

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— A fala dele demonstra claramente o que estamos alegando desde o início, que houve desvio de poder na decisão dele de admitir o pedido — disse Cardozo.

— Confirma exatamente que ele não fez aquilo diante de uma ilegalidade, mas sim para atingir uma presidenta que não paralisava as investigações contra ele — completou.

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O defensor de Dilma disse que vai pedir a juntada do pronunciamento de Cunha ao processo de impeachment que corre no Senado para comprovar a irregularidade do pedido. Disse também que pretende estudar se recorre novamente ao Supremo Tribunal Federal (STF) com base na manifestação do agora ex-presidente da Câmara.

Cunha chora e diz que ‘sofre perseguições’

O advogado da presidente afastada afirmou que, por ora, não é possível dizer se houve um acordo do governo do presidente interino, Michel Temer, para salvar o mandato de Cunha após a renúncia. Cardozo disse que, se tiver sido mesmo firmado um acordo, o governo interino vai responder por isso perante a sociedade.