Quando Pica Pau desembarcou em Blumenau para disputar a Liga Nacional de Futsal em 2014, ele era apenas mais um reforço chegando à cidade. Na época aos 25 anos, o atleta vinha com o status de já ter passado por grandes clubes como Joinville e Jaraguá do Sul e buscava um lugar ao sol. Conseguiu. Fez parte do elenco que, mesmo com orçamento limitado em comparação aos demais, chegou às quartas de final da competição. A classificação às semis por pouco não veio – o time foi eliminado em casa pelo Sorocaba – e é a partir daí que inicia um momento de dificuldades para o esporte da bola pesada.
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Sem dinheiro, a diretoria da AD Hering – gestora da modalidade na ocasião – foi forçada a formar um grupo ainda mais barato. O resultado: eliminação na primeira fase e o estopim do que viria ser o fim da parceria entre o município e o clube. Nesse meio tempo, Pica Pau foi embora, desbravou terras iranianas e italianas, até que um projeto capitaneado por Marcelo Weber e Alexandre Melo chamado de Blumenau Futsal o fez querer voltar para o Vale do Itajaí.
Hoje, o ala já beira os 30 anos o fato de ter se tornado pai o transformou. Embora seja a mesma pessoa, o mesmo atleta, ele é um jogador renovado, tal como o futsal da cidade que, quatro anos depois mesmo com altos e baixos, ainda leva o nome de Blumenau na principal competição do país. Pai da pequena Isabelli, de um ano e um mês, Pica Pau representa os pilares de experiência e dedicação que o clube tanto trabalha para que sejam os motes neste retorno à Liga Nacional.
– Saímos de um projeto que não tinha nada e no ano seguinte está na Liga Nacional. É isso que a gente vai levar para dentro de quadra e é o que nos motiva a brigar, no bom sentido, até o fim. Somos uma equipe com limitações, como muitas outras, e não temos um grande craque, mas seremos um time competitivo e que vai jogar de igual para igual com os demais – destaca o ala.
Desafio complicado na estreia em casa
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E para esse recomeço diante do torcedor, com Pica Pau e companhia em quadra, o Blumenau Futsal terá um desafio complicado. A estreia, hoje, às 20h15min, no ginásio do Sesi, é diante do Foz Cataratas-PR, time que chegou às semifinais no ano passado – caiu justamente para o campeão JEC/Krona. O adversário reformulou pouco o grupo – que hoje tem média de idade de 27 anos – manteve a base do ano passado e conta com um velho conhecido, o ala Daniel, que esteve por aqui na temporada de 2014.
A presença do torcedor – que esgotou em um dia o primeiro lote de ingressos antecipados – é outro ponto diferencial em Blumenau. Com média superior a 1,5 mil pessoas por partida no ano passado, a torcida blumenauense foi um dos diferenciais da equipe. Para o técnico Xande, essa força que virá das arquibancadas anima, passa uma energia diferente, mas o grupo precisa ser fiel àquilo que foi definido nos treinamentos:
– No nosso grupo todos pensam junto, decidem junto e entendem a oportunidade que têm. Hoje no futsal é a defesa que dita o ritmo do jogo, e é isso que temos que entender – relata o treinador.
Para Pica Pau, o pai da Isabelli, Blumenau nada contra a maré e, sem pressão, pode chegar tão longe quanto em 2014:
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– Nos transformarmos em zebra pode ser bom, como foi quatro anos atrás. Temos muita confiança no nosso trabalho e isso pode ser transformador.
FÓRMULA DE DISPUTA:
As 19 equipes jogam todas contra todas em turno único, com a primeira fase se estendendo de hoje até o fim de setembro. Os 16 melhores se classificam as oitavas de final da competição, em cruzamento olímpico – 1º contra 16º, 2º contra 15º e assim por diante.
SERVIÇO:
O quê: Blumenau x Foz Cataratas, pela Liga Nacional de Futsal
Quando: hoje, às 20h15min
Onde: ginásio do Sesi
Quanto: R$ 20 (meia-entrada para estudantes e maiores de 60 anos)