René Simões é uma daquelas pessoas que você consegue ficar escutando por um longo tempo. Ele tem o domínio da oratória somado ao conhecimento do futebol, resultado dos 42 anos de carreira, 62 de idade. Mesmo com tanto tempo no esporte, o novo treinador do Figueirense ainda tem vontade de aprender e ensinar.

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Antes de vir para o gramado do Estádio Orlando Scarpelli para o primeiro treino após sua apresentação, ontem, René conversou por mais de 30 minutos com os jogadores. Longas conversas agora serão normais: este é mais um dos métodos do novo treinador.

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Depois de passar quatro anos longe dos gramados, por preferir trabalhar como diretor de base do São Paulo e depois coordenador de futebol do Vasco, um dos mais experientes profissionais do Brasil decidiu voltar a campo e, para isso, queria chegar renovado. Assim, estudou e aprendeu novas técnicas, ou melhor, métodos.

Experiência a serviço do trabalho

O novo treinador traz para o clube os auxiliares Chico Santos e Alfredo Montesso, além do coaching Paulo Serrano – que é uma espécie de motivador.

Conhecido como um estudioso do futebol, René não vê problema em ser reconhecido assim, mas alerta que tem muita experiência:

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– Desde que não me chamem de teórico, o resto me agrada. Na Bahia, me chamavam disso e sem saber a definição. Hoje eu sou um prático, é diferente ser didático. Se eu for jogar contra um clube gosto de antecipar cenários, eu treino antes, isso eu gosto de fazer. E a conectividade (com os atletas) hoje é toda pelo celular, as primeiras informações são passadas desta forma, hoje fazemos tudo por aqui – explicou. ?

Os métodos de René:

A sala da discussão

“O Benfica faz um treinamento em sala e, todos os dias, os jogadores passam por ali e é discutido alguma coisa. Há uma compreensão e se mostram os defeitos para corrigir. Há muita regalia para os jogadores e temos que cobrar mais deles. Durante sete meses (no Botafogo), todos os dias, a gente passou pela sala. Lembro contra o Fluminense, que precisávamos ganhar a qualquer custo e usei um exemplo do Bayern de Munique contra o Porto. Deu certo e fizemos 30 minutos parecidos, de muita intensidade”.

Experimentação e coach

“Outras partes são dentro do campo, a experimentação. O jogo se decide em espaços pequenos, a tomada de decisões, fiz um curso sobre isso. Você precisa saber o que melhora a tomada individual ou coletiva. Estamos trazendo um coach (Paulo Serrano) que trabalha em um curso sobre comportamento. Eu falo para os jogadores que em algum momento o comportamento não foi adequado e isso funciona em cima de muita cobrança, todo mundo é assim. Não pode ter paternalismo”.

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Cobrar sempre

“Eu falei para o presidente ter cuidado na mudança, porque você vem de um time intenso e foi um trabalho brilhante do Argel. E o jogador não pode perder essa forma de entrega, isso tem que ser a marca do Figueirense. Então o método é em cima de cobrança. Pergunte às minhas filhas o pai que eu fui. Tudo que elas precisaram, tiveram, mas não aquilo que elas quiseram”.