O namoro entre o Avaí e o técnico René Simões ainda não teve um final feliz, mas parece estar ganhando corpo. Ontem, o treinador participou de um seminário promovida pelo clube, discutiu assuntos relacionados à formação de atletas, encantou o presidente João Nilson Zunino e convidados e revelou que recebeu uma proposta interessante para assumir clube azurra. Mais do que isso, o ‘mestre’ Renê, como é chamado por Zunino, disse ter gostado do que ouviu.

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Apesar de já ter dado início às negociações, o Avaí não é o único interessado em contar com o experiente treinador, que já teve passagens por grandes clubes do país e pela base da Seleção. O presidente do Vasco, Roberto Dinamite, chegou a sondá-lo para discutir a possibilidade de assumir o cargo de diretor-executivo no clube carioca. Antes disso, René foi convidado por Andres Sanches, na época diretor da CBF, para comandar a base da Seleção.

Como Andres Sanchez deixou a CBF na quarta-feira e o Vasco também tem outras opções para o cargo, as chances de René vir parar na Ressacada aumentaram consideravelmente.

– Ele é a peça que completaria um projeto que queremos implantar no clube há anos – exclamou o presidente do Avaí.

No clube azurra, René seria mais que um treinador: ele atuaria em todos os setores, sendo o responsável por integrar todas as categorias e promover uma reformulação no departamento de futebol do clube.

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– Trabalharia na gestão do futebol e não apenas à beira do gramado – esclareceu René Simões, que após ministrar uma palestra no Hotel Porto Sol, nos Ingleses, antedeu à reportagem do Diário Catarinense e revelou detalhes da conversa com Zunino.

Foi uma conversa muito interessante

Em visita a Florianópolis para participar do 1º Seminário sobre Formação de Atletas, René Simões atendeu a reportagem do Diário Catarinense e revelou detalhes da conversa com o presidente do Avaí, João Nilson Zunino. Confira a entrevista na íntegra.

Diário Catarinense – O Avaí já mostrou interesse em contar com você em 2013. É algo recíproco?

René Simões – Olha, eu expliquei ao presidente Zunino que já vinha negociando com o Andres Sanchez, da CBF, para tratar de uma possibilidade de assumir a base da seleção no lugar do Nei Franco. Como o Andres deixou o cargo, ainda não sei como vai ficar essa situação. Eu também havia conversado com o Roberto Dinamite, presidente do Vasco, mas não há nada definido. E agora tivemos essa conversa com o Zunino, que foi excelente. Vamos ver o que pode acontecer.

DC – E como foi essa conversa com o Zunino? O diálogo agradou?

René – Foi uma conversa muito interessante, mas vamos ter calma para definir as coisas. Graças a Deus eu não preciso mais de emprego, o que eu preciso é de trabalho, e o trabalho no futebol é o que me faz feliz no dia a dia. Eu tenho alguns negócios no Rio, uma situação financeira boa, mas trabalhar com futebol é o que eu gosto e sei fazer de melhor.

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DC – Qual seria o seu papel no Avaí?

René – A questão da gestão profissional foi o que mais me atraiu. Aqui no Avaí, eu não seria apenas um treinador, eu faria um trabalho de integração vertical entre todas as categorias. Trabalharia também no aperfeiçoamento das comissões técnicas e na formação integral dos atletas. Tudo isso seria parte do projeto. Então, a minha função não seria apenas dirigir o time na beira do campo. No início, seria dirigindo, mas em determinado momento poderia até deixar isso para outra pessoa e me focar mais na gestão do projeto.

DC – Se tivesse que escolher hoje, que decisão você tomaria?

René – Até por uma questão ética, tenho que dar prioridade às pessoas que conversei antes. O presidente já sabia disso desde a primeira vez que nos falamos. Mas o Zunino é um dirigente que tem boas ideias, o Avaí é um grande clube, e Florianópolis é uma cidade maravilhosa, que me agrada muito. Inclusive, tenho alguns familiares aqui, o que pesa bastante.

DC – Você fica em Florianópolis até sábado. Podemos ter uma definição até lá?

René – Acho difícil, quero deixar as outras pessoas informadas sobre tudo o que está acontecendo. Não quero que pensem que estou fazendo um leilão, longe disso. Terei que pensar bem, analisar todas as possibilidades e esperar algumas situações se definirem. Não podemos adiantar nada, temos que ter um carinho especial. Muita coisa pesa nessa hora. O que aconteceu foi que eu vim participar do evento e acabei tendo uma conversa muito interessante com o presidente.