A Bolsa de Valores fechou 2014 com queda de 2,91%. Foi um ano muito ruim, analisa Adolir Rossi, gerente da Manchester Corretora, de Joinville. As razões são o recuo do preço do petróleo, somado à crise política da Petrobras, o que causou queda de 37,5% neste papel; e a desvalorização da Vale, que teve recuo de 37,10% no ano. As ações da Usiminas caíram 64,5%. Em compensação, os bancos Itaú (+24,6%) e Bradesco (+23,9%) garantiram bons lucros aos seus investidores.

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A melhor aplicação é em renda fixa para 2015, tendo LCAs e LCIs como alternativas recomendadas pelo experiente profissional do mercado. Das companhias catarinenses listadas em Bolsa, Weg e BRF apuraram ganhos extraordinários em 2014: 30,81% e 30,93%, respectivamente. A Manchester opera com produtos da XP Investimentos, que tem matriz no Rio de Janeiro e 400 escritórios espalhados em diferentes Estados do País. É a segunda maior corretora brasileira em movimentação financeira junto à XP Investimentos.

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Aprendizado

– O investidor aprendeu, em 2014, que empresas estatais não são bons negócios. Os motivos são aqueles bem conhecidos: gestão ineficiente e interferência do governo. Outro setor bem problemático é o da energia. E, além disso tudo, a economia norte-americana está melhorando. Essa retomada faz com que muitos investidores desloquem seus recursos para lá. Já percebemos esta migração.

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Galinha morta

– Não há, exatamente, “galinha morta” no mercado da Bolsa. O que pode acontecer é o investidor conseguir antecipar-se a uma queda, comprar e, adiante, na futura alta, ganhar muito dinheiro, vendendo quando já subiu. Naturalmente, o preço da ação de uma empresa reflete a situação atual, combinada com a perspectiva de futuro de curto prazo.

Pessoas físicas

– As pessoas físicas saíram da Bolsa. O número de especuladores caiu. Claro que ainda há muitos, sim. Mas, de um modo geral, cresceu muito a procura por renda fixa. Na renda fixa, os ganhos líquidos – já descontada a inflação – chegam a 4%.

Boas opções

– Boas opções que temos são as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs). São alternativas boas porque não pagam imposto de renda e atendem a clientes de perfil conservador. Melhor ainda é que o fundo garantidor de crédito resguarda aplicações de até R$ 250 mil.

Longo prazo

– O investidor que aplica visando o longo prazo procura papéis de baixo valor, na expectativa de realizar lucro daqui a quatro, cinco anos. É o caso das ações da Petrobras. Quando valia ao redor de R$ 9,50, houve um movimento de compra.

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Juros

– A taxa de juros vai subir até 12,25% em dezembro de 2015. Além disso não vai. Há alguns componentes nesta equação. A produção industrial vai diminuir e pode ajudar a baixar a inflação. De outro lado, o dólar continuará pressionado para cima. E a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) sobe.

Catarinenses na Bolsa

– Weg e BRF tiveram um desempenho extraordinário em 2014. As razões são óbvias: a expansão pelo mundo e os bons resultados, no caso da Weg. A agroindústria está num setor, o de alimentos, com mostras de ótimos ganhos.

Perdas expressivas

– Na outra ponta, Tupy, Celesc, Hering, Schulz fecharam 2014 com perdas expressivas. A Tractebel ficou perto do zero.

Recomendações

– Nós, da Manchester, recomendamos, para janeiro, um portfólio de ações que inclua Itaú (25% do investimento total a ser feito); Estácio (outros 25%); Cielo (15%); Embraer (15%); Natura (10%); e Cetip (10%).

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Investidor joinvilense

– O investidor joinvilense é, predominantemente, pessoa física, com grande concentração de suas aplicações (de 40% a 50% do total) em bancos. A preferência se explica: historicamente, os bancos dão bons dividendos e são de fácil liquidez e resultados animadores.

Perfil dos clientes

– Noventa por cento de nossos clientes são pessoas físicas. Aqueles que são empresas estão aplicando em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e outras modalidades de renda fixa. Claro que as empresas não devem expor-se ao risco do mercado acionário.

Renda fixa

– As aplicações em ações, aqui na Manchester, são cada vez menos significativas para o nosso negócio. Os produtos de renda fixa ganham a atenção dos clientes. Não sofrem com a volatilidade das ações e garantem rentabilidade muito boa. Se a curva de juros cair, então arrisque uma parte pequena em ações.