O domingo de segundo turno das Eleições 2020 em Blumenau teve moradores aproveitando o movimento de eleitores para buscar uma renda extra, falta de luz em locais de votação e cuidados contra a covid-19.
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> AO VIVO: acompanhe o dia de votação do 2º turno das eleições 2020 em SC
A votação em si ocorreu de forma tranquila, sem filas na maior parte dos locais de votação da cidade. Apenas duas urnas precisaram ser substituídas, na escola Adolfo Konder, no bairro da Velha e na escola José Vieira Corte, no Progresso. Nenhuma ocorrência policial foi registrada, segundo o balanço das 16h do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC).
Na Furb, maior local de votação da cidade com 10,4 mil eleitores cadastrados, a movimentação começou logo cedo, com moradores que aproveitaram o primeiro horário para votar, a partir das 7h. Muitos eram idosos, que atenderam à recomendação da Justiça Eleitoral e optaram por ir no horário preferencial, das 7h às 10h.
Apesar de no primeiro turno ter havido reclamações de filas e até 40 minutos de espera para votação, neste domingo as seções estavam sem grandes formações de fila, o que agilizou o voto para os eleitores. Poucos mesários usaram protetores faciais, mas as outras recomendações contra o novo coronavírus como uso de máscara e de álcool gel foram atendidas. Em momentos de mais movimentação de eleitores como o final da manhã, nem sempre o distanciamento mínimo de um metro era observado por quem circulava entre os locais de votação.
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Os candidatos Mario Hildebrandt (Podemos) e João Paulo Kleinübing (DEM) votaram no final da manhã. Eles ainda não definiram onde vão acompanhar a apuração.
Renda extra

Alguns blumenauenses aproveitaram a votação do segundo turno para tentar fazer uma renda extra. Rosane Rodrigues, 59 anos, costumava vender pipoca e bebidas na saída de festas e eventos esportivos em Blumenau. Com a pandemia do novo coronavírus, esta renda ficou comprometida e o trabalho se limitou a um espaço na feira livre do bairro nos últimos oito meses. Neste domingo, ela aproveitou para vender pipoca na saída da escola Hercílio Deeke, na Velha, o segundo maior local de votação de Blumenau.
– O primeiro turno foi bom, hoje ainda está um pouco devagar. Tem boa saída, mas precisa fazer calor para eu vender a água – contou Rosane por volta das 9h, antes de o clima abafado de Blumenau dar as caras no domingo.
O uso de máscara era obrigatório para que os eleitores pudessem votar. Pensando nisso, Edineusa Kreusch, moradora do bairro da Velha, também aproveitou a movimentação de eleitores para vender máscaras de tecido em frente à escola Hercílio Deeke. A procura, no entanto, era baixa na primeira parte da manhã.
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– A maioria das pessoas já sabe que é obrigatório, mas sempre passa alguém que olha e pode querer levar outras – contou.

A venda de redes já chamava mais a atenção dos eleitores que saíam da escola cedo, ainda com o domingo todo pela frente. No bairro Garcia, algumas lojas próximas à escola Santos Dumont, principal local de votação do bairro, também ficaram de portas abertas para tentar aproveitar a movimentação.
Falta de luz

A escola Santos Dumont, no bairro Garcia, ficou sem energia elétrica por cerca de 30 minutos, entre as 8h30min e 9h. Por possuírem baterias, as urnas eletrônicas continuaram funcionando e a votação prosseguiu, sem formação de filas. O problema afetou toda a região do colégio, com desligamento do semáforo, mas a energia foi restabelecida pouco antes das 9h.
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De acordo com o chefe do cartório eleitoral de Blumenau, Ricardo de Souza, o mesmo problema de falta de luz ocorreu mais cedo nas escolas Felipe Schmitt, na Itoupavazinha, e Joaquim Fronza, no Testo Salto. Nesses locais as urnas também funcionaram por baterias e não houve interrupção da votação.
Eleitorado idoso

A possibilidade de abstenção maior entre os eleitores idosos, por pertencerem ao grupo de maior risco de complicações do novo coronavírus, é uma das dúvidas do segundo turno das eleições 2020. Em alguns locais de votação fiscais relataram ter percebido uma participação menor deste grupo de eleitores nas urnas neste domingo.
O aposentado Maurino Francisco, 75 anos, já está no grupo de voto facultativo, mas não teve receio e voltou às urnas da escola Hercílio Deeke, em Blumenau, para participar do segundo turno.
– Acho que todo mundo deveria participar e demonstrar sua vontade – opina.
Já a esposa de Maurino ficou impedida de ir votar, justamente por causa da covid-19. Ela contraiu o novo coronavírus, está se recuperando e teve de ficar em casa para cumprir os últimos dias de isolamento.
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Dúvidas de eleitores

O morador da Itoupava Central, Lúcio Carlos Bonato, chegou ao local de votação com uma dúvida que foi comum entre parte dos eleitores: por não ter votado no primeiro turno, poderia votar normalmente no segundo? A resposta que ouviu dos mesários, e que é confirmada pela Justiça Eleitoral, é sim. O segundo turno é considerado uma nova eleição e quem não votou no primeiro turno poderia ir normalmente às urnas neste domingo. Com o aval, Lúcio e a mãe votaram de forma rápida, sem enfrentar filas em uma das 24 seções da escola Santos Dumont, no Garcia.
Entre os que estiveram impedidos de votar neste domingo, muitos já apresentaram a justificativa pelo aplicativo e-Titulo. Até o meio-dia, 9,188 eleitores de Blumenau e Joinville haviam apresentado justificativa pela ferramenta – os dados são contabilizados apenas por Estado segundo o TRE-SC.