Me parece completamente equivocada a interpretação de que a denúncia do Ministério Público sobre a operação Ave de Rapina deveria ser feita após as eleições sob o pretexto de que irá influenciar o resultado do pleito e a composição da câmara de vereadores.

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14 vereadores da capital já foram indiciados pela PF e o MP analisa o inquérito para apresentar a denúncia. O colega do DC, Rafael Martini, informou que a denúncia do MP iria acontecer nesta terça-feira (06). Mas, segundo ele, houve reação interna de advogados e no próprio MP.

Assim, ficaria para depois das eleições.

Será mesmo?

Se ficar para depois do processo eleitoral, perde a sociedade.

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Acredito que, agora, é de se pensar: o que é menos pior à sociedade?

É deixar o eleitor sem a informação de vereadores com a provável denúncia do MP de participação criminosa? Claro que não.

Mesmo não havendo nem processo ainda e tendo que respeitar a ampla defesa e o transitado em julgado – não se pode considerar ninguém culpado – é uma informação relevante para o eleitor.

O promotor de justiça, Alexandre Graziotin, já adiantou que vereadores serão denunciados, mas não precisou o número.

Coloco aqui uma pergunta:

Caso o denunciado perder a eleição em função da acusação e do dano causado à sua imagem, mesmo sendo inocentado lá na frente, teria ocorrido uma injustiça?

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Respondo com outra hipótese:

Digamos que ele consiga a reeleição, a denúncia ocorra depois do pleito e ele é condenado.

Por isso minha opinião de que é preciso pensar no interesse do eleitor.

O eleitor está acima de uma candidatura.

O interesse coletivo precisa estar acima do risco de eleger um vereador já com indícios de participação criminosa e, talvez, quem sabe, com denúncia de envolvimento criminoso, se assim vier a se manifestar, espero antes das eleições, o MPE.