O diretor da Microsoft em Tel Aviv, Navot Volk, disse que vai responder em uma semana se aceita visitar Santa Catarina para conhecer o ambiente de inovação do Estado. Ontem, em Israel, políticos e empresários catarinenses fizeram oficialmente o convite para a empresa se instalar no Centro de Inovação de Itajaí, no futuro distrito de inovação da cidade.
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O ex-deputado Paulo Bornhausen, hoje voluntário da Associação dos Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí, entregou documentos assinados pelo reitor da UFSC, Carlos Cancellier, governador do Estado, Raimundo Colombo, e pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, apoiando a vinda desta gigante da tecnologia.
Trazer a Microsoft não é fácil. Antes ela bancava o investimento. Hoje, custa US$ 1 milhão por ano. Pode-se chegar a este valor com o custo da infraestrutura, investimentos privados e públicos. O contrato não pode ser menor do que de três anos.
– É um investimento que se paga rápido – afirma Altair Assumpção, sócio de um fundo de interessados no negócio.
A lógica é atrair uma referência mundial que possa alavancar o segmento de inovação catarinense, atraindo novas empresas e valorizando o mercado local.
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A lógica é atrair uma referência mundial que possa alavancar o segmento de inovação catarinense, atraindo novas empresas e valorizando o mercado local.
– É a BMW da inovação – diz Bornhausen.
O jovem diretor da Microsoft, entretanto, não demonstrou entusiasmo com a ideia.
– Nós não desenvolvemos ecossistemas de inovação. Nós investimos em mercados já consolidados. Mas estamos fazendo algo diferente na Austrália.
A partir de agora, os catarinenses querem saber que tipo de projeto a Microsoft tem na Austrália. Embora os catarinenses tentaram explicar que o estado já possui uma forte cadeia de inovação, com 3 mil empresas de tecnologia e faturamento de R$ 12,5 bilhões/ano que corresponde a mais de 5% do PIB, Navot Volk demonstrou entusiasmo apenas quando os prefeitos de Itajaí e Bombinhas, Volnei Morastoni e Ana Paula da Silva, respectivamente, mostraram catálogos com as belas praias da região.
Talvez esteja aí, na provável visita a Santa Catarina, a chance de começar o convencimento para que a empresa instale a sua aceleradora de startup em solo barriga verde.
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Água
Água é assunto sério em Israel. Sem recursos naturais, é dessalinizada e o esgoto é 100% tratado e reutilizado na irrigação. Não existiria verde no país sem o moderno sistema de irrigação artificial em pleno deserto.
Sistema aéreo
Pesquisadores de startup de Israel que atuaram na Nasa em estudo sobre existência de água na Lua e em Marte descobriram sistema por satélite e avião para detectar vazamento de água nas tubulações.
Sensor de vazamento
Sensores na tubulação, cuja energia é alimentada pela passagem da água, não precisam trocar bateria e nem estar conectados à rede elétrica. O equipamento avisa quando há vazamento e traz caraterísticas físicas da água.
Som do motor
Startup israelense descobriu sistema inteligente que descobre pelo som do funcionamento dos equipamentos e motores onde está a falha na máquina.
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Presídio
Deputado estadual Gelson Merísio vai apresentar proposta à secretaria de segurança pública para que a Penitenciária de São Pedro de Alcântara faça projeto piloto com a tecnologia de Israel de monitoramento. A ferramenta dispensa bloqueadores de celular por área. Permite ouvir, interferir ou bloquear mensagens e ligações de forma pontual. Monitora e escolhe o aparelho que quiser.
Salário
Salário médio do trabalhador israelense está em US$ 1,2 mil. Quem trabalha no setor de tecnologia e inovação ganha, em média, US$ 8 mil por mês.
*Renato Igor viajou a convite da Confederação Israelita do Brasil e da Associação catarinense das empresas de tecnologia (ACATE)