Nos próximos dois meses, começará a saída dos moradores do Parque Nacional da Serra do Itajaí, localizado na Região do Vale. O tempo é o previsto para a liberação da indenização de R$ 1, 2 milhão que as primeiras propriedades a serem retiradas do lugar receberão do governo federal.
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O anúncio foi feito, nesta terça-feira, pelo presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rômulo Mello, em visita a Florianópolis. Três famílias, com 30 pessoas ao todo, que ocupam 1,5 mil hectares, sairão com urgência por causarem maior impacto ambiental ao parque. Elas vivem na área central e trabalham com pecuária, apicultura e cultivo de plantas como pinus e eucalipto, atividades que, segundo Rômulo, prejudicam a conservação do ecossistema local.
Até o fim deste ano, a intenção do ICMBio é que a União libere mais R$ 2,5 milhões para a desapropriação de outras 400 propriedades do parque, que totalizam 2,5 mil hectares de área. A maioria delas está sem uso, não causando danos à unidade. Essas áreas, unidas aos 6 mil hectares do Parque Municipal Nascentes do Garcia, já regularizados, vão equivaler a cerca de 20% da área total do Parque Nacional da Serra do Itajaí, que tem 59 mil hectares.
Além de anunciar as indenizações, o ICMBio lançou o Plano de Manejo do Parque, que prevê a utilização pública da área, com visitação durante todo o ano. O plano indica a exploração turística como forma de incrementar a economia da região e destaca a importância do parque para as comunidades do Vale do Itajaí, principalmente por abrigar nascentes fundamentais para o abastecimento de água da região.
Entre as pesquisas em andamento no parque, duas se destacam: uma sobre os animais carnívoros e outra sobre as aves que habitam a unidade. A primeira já aponta que, das 69 espécies de mamíferos identificadas, 11 são carnívoras e 40% delas estão ameaçadas de extinção.
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Capital será sede de Coordenação Regional
Para acompanhar de perto trabalhos como este, realizados nas unidades de conservação do Sul do país, o ICMBio vai instalar a Coordenação Regional Sul do Instituto em Florianópolis. A escolha da Capital catarinense se justifica pelo fácil acesso e concentração de 13 unidades em Santa Catarina, das 39 existentes na Região Sul do país.
A sede da coordenação será na Estação Ecológica de Carijós, no Norte da Ilha, e deverá contar com 15 técnicos. O maior desafio visto pelo coordenador regional, Ricardo Castelli, será intensificar a visitação nos parques e acelerar a elaboração dos planos de manejo das unidades de conservação do Sul. No Estado, mais de 50% dessas unidades possuem o seu. O ICMBio foi criado, em 2007, a partir da restruturação do Ibama.