A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) emitiu uma nota técnica, na quarta-feira (5), sobre a falta de distribuição de medicamentos para tratar Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS). Os remédios já foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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Conforme o documento, as medicações seriam usadas tanto em casos leves quanto graves, e poderiam ter salvado “muitas das mais de 7 mil mortes” da doença que aconteceram no último mês no país. Os remédios foram incorporados para utilização no SUS no início do ano e não chegaram aos hospitais desde então, apesar de terem sido recebidos pelo Ministério da Saúde, segundo a SBI.

Entre os cinco remédios estão o ritonavir e o molnupiravir, medicação usada para reduzir o risco de hospitalização e óbitos em pacientes de caso leve ou moderado com perfil de evolução grave para a doença e que reduz a taxa de hospitalização e morte em 31% dos pacientes. Outro medicamento em falta, segundo a SBI, é o baracitinibe, indicado para pacientes já hospitalizados em estado grave na UTI (veja a lista de medicamentos abaixo).

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“Apesar de recentes notícias da imprensa informarem que lotes já foram recebidos pelo Ministério da Saúde, até o presente momento não houve distribuição da medicação para os estados da federação, e nenhum paciente foi tratado”, escreveu a SBI.

A falta desses medicamentos, conforme o que explica a nota técnica, ocasiona também a superlotação de pessoas nos serviços de saúde ambulatoriais de todas as regiões.

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“É fundamental lembrar que apesar do número de hospitalizações e óbitos por Covid-19 ter reduzido importantemente por conta do avanço da vacinação, que, somente nesse último mês de setembro de 2022 dados totalizados pelo CONASS apontam que 7.321 brasileiros perderam a vida com o diagnóstico da doença, sendo que muitos deles poderiam se beneficiar de medicações terapêutica estratégias preventivas contra a infecção pelo SARS-COV-2 aprovadas pela Anvisa, e discutidas neste documento”, escreveu.

A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde, mas aguarda posicionamento.

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Veja a lista de medicamentos não distribuídos

  • Nirmatrelvir/ritonavir
  • Baracitinibe
  • Molnupiravir
  • Rendesivir
  • Tixagevimabe e Cilgavimabe

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*Sob supervisão de Raphaela Suzin