Um derivado da maconha com potencial medicinal representa a esperança de tratamento para pelo menos 80 de famílias que aguardam liberação junto à Agência Nacional de Saúde (Anvisa). O canabidiol (CBD), substância encontrada na planta, é eficaz no controle de diversas doenças, principalmente como anticonvulsivo. O composto é proibido no Brasil, mas a Anvisa já liberou a importação para 58 casos desde abril.
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A substância deve ajudar pacientes com uma possível resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizando a prescrição do remédio. Especialistas garantem que o CBD não apresenta efeitos colaterais. Coordenador da Câmara Técnica de Psiquiatria do Conselho Federal de Medicina, Emmanuel Fortes explica que um relatório foi elaborado por especialistas citando mais de 40 estudos sobre a substância, que será a base para que o CFM tenha posição.
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– Vemos com muita simpatia a substância, porque efetivamente demonstra ter propriedades para controlar as crises convulsivas e epilepsias de difícil controle para os medicamentos convencionais.
O remédio é de uso proscrito e precisa de autorização especial da Anvisa para importação. A expectativa é que haja uma reclassificação para que o canabidiol passe à lista de substâncias de controle especial – vendido com receita médica de duas vias.
Universidade estuda efeitos da substância
A Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) testou o composto em animais e humanos, para o tratamento de doença de Parkinson, esquizofrenia, fobia social e transtornos do sono. Cristina Jark Stern, pós-doutoranda do Departamento de Farmacologia da UFSC, é uma das pesquisadoras do tema e avaliou na tese de doutorado que o canabidiol poderia atenuar a reconsolidação de uma memória relacionada à trauma, que influencia alguns transtornos psiquiátricos.
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– Concluímos que o CBD prejudica a reconsolidação de uma memória de medo. Essa propriedade pode ser útil no tratamento de alguns transtornos de ansiedade – afirma.
Pesquisas mostram que o CBD não produz efeitos colaterais como os da maconha, causados pelo composto THC. Para Cristina, a importação do medicamento deveria ser facilitada para tratar epilepsia e permitir mais estudos.
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