O remédio Annita, medicamento à base de nitazoxanida, será utilizado em pacientes com coronavírus. Em laboratório os testes foram satisfatórios, e o Governo Federal decidiu administrar o remédio em pessoas infectadas pelo Covid-19. Annita é um antiparasitário, também com ação antiviral.

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A utilização mais comum do medicamento é no combate a parasitoses como helmintíases, amebíase, giardíase, criptosporidíase e blastocistose, segundo Cláudio Laurentino Guimarães, secretário geral do Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina (CRF/SC).

Com a ação antiviral, a nitazoxanida age contra rotavírus tipo A, que induz 90% das diarreias virais em crianças, e o norovírus, responsável por diarreias infecciosas em adultos, segundo Guimarães.

– Como qualquer outro fármaco, deve ser utilizado com cautela pois todos medicamentos têm seus efeitos indesejados, interações medicamentosas, e a nitazoxanida não é exceção. Qualquer uso deve ser prescrito por profissional médico – enfatizou o especialista.

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Eficácia de 94% nos ensaios in vitro

Na quarta-feria (15), o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) Marcos Pontes anunciou testes bem sucedidos em laboratório, mas sem divulgar a substância.

Pontes informou que cientistas brasileiros vão iniciar testes clínicos com o medicamento, que apresentou 94% de eficácia em ensaios in vitro na redução da carga viral em células infectadas pelo Covid-19. Segundo Pontes, os testes serão feitos em 500 pacientes internados em sete hospitais do país, localizados no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.

O ministro evitou divulgar o nome do medicamento até que a eficácia estivesse comprovada, para evitar corrida às farmácias. Porém, logo veio à tona a informação sobre o Annita, à base de nitazoxanida. Na quinta-feira (16), uma resolução da Anvisa colocou o remédio na lista de medicamentos de venda restrita, e mudou as regras para comercialização.

Testagem em casos sem gravidade

O protocolo de ensaios clínicos foi aprovado nesta terça-feira (14) pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. O medicamento será ministrado por cinco dias nos pacientes e mais nove serão necessários para observação. Serão incluídos no estudo pessoas que chegarem aos hospitais com pneumonia e sintomas de Covid-19: febre, tosse seca e as características da tomografia com vidro fosco.

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O grupo de testagem será amplo, com qualquer pessoa maior de 18 anos, mas não para os casos muito graves. O paciente deverá assinar um termo de consentimento para participar do protocolo, que consiste na administração aleatória do medicamento ou de placebo.

A expectativa é que o estudo seja concluído em quatro semanas. “Isso é feito de forma extremamente científica, usando todo o formalismo científico, para que a gente não tenha dúvidas”, destacou o ministro.

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