O mês de janeiro terminou com poucas respostas e mais perguntas sobre o novo mandato da presidente Dilma Rousseff. O tão discutido ajuste fiscal começa a ganhar rosto e corpo; um aperto monetário para conter uma inflação que há anos não se via; desdobramentos na crise da Petrobras continuam afetando a economia e a política; e, por fim, uma crise energética e hídrica aparenta ter seu prazo-limite de postergação esgotado.

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Logo após as eleições de outubro passado, tivemos a primeira de uma série que já chega a três elevações seguidas da taxa básica de juros da economia. Hoje, a taxa Selic está em 12,25% ao ano. Com a inflação subindo em 2014, o aumento já era esperado, boa parte postergada pelas eleições, sendo visto com surpresa por ocorrer em uma reunião logo após a presidente Dilma ser reeleita.

E assim fechou janeiro: a poupança rendeu 0,59%; o acumulado dos certificados de depósitos interbancários (CDIs) ficou em 0,93%; o Ibovespa teve queda de 6,2%; e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve variação de 0,89%.

A crise energética fez elevar ainda mais o repasse de preços ao consumidor, que não ocorria antes por subsídios do governo nos últimos anos. Mas o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deixou bem claro que a conta ficará apenas com o consumidor.

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A presidente Dilma Rousseff, em seu último pronunciamento, prometeu gerar uma economia próxima a R$ 1,9 bilhão por mês. Do outro lado, estão o aumento de arrecadação previsto em decretos e medidas provisórias, como o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o restabelecimento da carga tributária original do PIS/Cofins, ou as já tão polêmicas medidas no restabelecimento do prazo mínimo para o seguro-desemprego e alteração da lei de pensão por morte, dentre outras.

Os números não são bons, mas aceitáveis pelo momento em que vivemos. O primeiro passo é conquistar a confiança dos investidores internacionais, e isso só teremos assim que a nossa economia der sinais de melhora. Até lá, o remédio deve ser amargo, mas necessário para voltarmos a crescer com responsabilidade.