As freiras Neilyane Alves e Geralda Cruz estavam de olho na internet quando ficaram sabendo. O padre Leandro José Rech deu um grito em seus aposentos. O bispo auxiliar emérito, dom Vitus Schlickmann, chegou atrasado no médico. A irmã Geisa Santos ligou a TV bem na hora e levou as mãos à boca ao ver a fumaça branca escapulindo da chaminé da Capela Sistina.

Continua depois da publicidade

– Meu Deus, é agora! Temos Papa!

O anúncio de que o mundo já tinha um novo Papa não pegou ninguém desprevenido na residência episcopal da Arquidiocese de Florianópolis. Desde o início da semana, todos eles estavam ligados em jornais, TVs e internet. Todos os dias, às 6h30min, antes de cada um começar as atividades do dia, reuniam-se em oração para pedir a Deus iluminar cada um dos cardeais que estavam confinados em votação.

Nesta quarta-feira, porém, irmã Geisa acordou diferente. Passou o dia ligada nas notícias do Vaticano, porque, de alguma forma, sabia: o Habemus Papam não passaria daquela tarde.

Continua depois da publicidade

– Meu coração dizia que era hoje. Eu tinha certeza. Fiquei desconfiada, porque estava demorando muito para sair a segunda fumaça do dia.

Com a TV ligada nas imagens ao vivo do Vaticano, a sala da residência episcopal foi ficando tumultuada e cheia de torcida. Eufóricos, os religiosos passaram a próxima uma hora e quase 20 minutos – tempo que levou para o mundo conhecer o novo Papa – dividindo-se em comemoração, aplausos, postagens no Facebook, telefonemas e torpedos para amigos e familiares e apostas. Irmã Neilyane e dom Vitus tinham certeza de que o escolhido era Angelo Scola, arcebispo de Milão (Itália), um dos mais favoritos ao cargo.

Mas foi dom Wilson Tadeu Jönck, arcebispo de Florianópolis, quem quase acertou. Em reunião em Brasília, ele havia dito antes da viagem de que desconfiava que o novo Papa seria latino-americano. E mais: seria argentino. A aposta dele, porém, era no cardeal Leonardo Sandri.

Continua depois da publicidade

Surpresos

O anúncio de Jorge Mario Bergoglio, o Francisco I, causou surpresa no pequeno grupo. Mas eles logo se acostumaram com a ideia. Irmã Neilyane logo ligou para uma amiga de origem argentina para brincar.

Mas foi quando Francisco I surgiu na sacada para curvar-se diante do público que o saudava e pedir que rezassem por ele fez a sala ficar em silêncio.

– Achei fantástica essa atitude. E de uma humildade gigante. Boto fé nesse novo Papa – vibra irmã Geisa.

Continua depois da publicidade