Relembre os principais problemas e as últimas reformas da rodoviária de Joinville  

Diariamente, cerca de 1.700 pessoas passam pela rodoviária de Joinville, e este número chega a dobrar em alguns dias no período de temporada de verão. Com isso, mais de meio milhão de usuários passam pelo terminal rodoviário por ano. O imóvel recebeu a última grande reforma, quando foi totalmente remodelado, em 2001.

Depois disso, passou por reformas pontuais, como a que irá ocorrer em 2019: nesta quarta-feira, 2, foi assinado o contrato de reforma com a empresa que foi vencedora do edital de licitação. Ela será executada pelo Ipreville, que é proprietário do imóvel, em um investimento de R$ 2,4 milhões, que são recursos da taxa de administração.

A zeladora Isabel Cristina Rosa usa com bastante frequência de Joinville para ir à Curitiba. Para ela, a estrutura é precária e, no ano passado, os usuários precisaram enfrentar o mau cheiro por causa da uma fossa entupida. Além disso, o desgaste e as marcas do tempo nas paredes, chão e telhado dão um ar de abandono a estrutura.

— A rodoviária está feia e para quem chega à cidade é ruim, até para se localizar aqui dentro. Eu gostaria que melhorasse — conta.

A opinião de Isabel é uma antiga reclamação dos usuários do transporte intermunicipal e estadual da região que passam por Joinville. Em 2014, a principal reivindicação era sobre os sanitários — eles ficaram interditados por quase um ano e banheiros químicos foram disponibilizados para a população. As novas estruturas foram entregues para uso em novembro de 2015, com investimento de R$ 300 mil.

Já no ano passado, a falta de segurança no terminal e entorno preocupava a população. Agentes da Guarda Municipais ocuparam um espaço dentro da rodoviária durante alguns meses. Depois, o terminal passou a receber rondas

frequentes da Polícia Militar (PM). A sensação de insegurança também foi tema de inquérito civil aberto pelo Ministério Público (MP), em novembro de 2018, para apurar as condições de segurança da Rodoviária.

Para os usuários, a manutenção na estrutura do prédio é necessária, mas outros fatores também foram apontados por quem transita diariamente no espaço. Entre as principais reclamações estão a falta de limpeza nas instalações e nos banheiros, pouco acessibilidade às informações (falta placas informativas e alto-falantes), poucos lugares para o estacionamento de ônibus que entram e saem do espaço e ainda falta de bancos para esperar os coletivos.

Outro problema apontado também foi a pouca iluminação no período da noite e quedas de energia constantes.

— Os banheiros são muito sujos, falta acomodação para as pessoas. Em época de muito movimento, o pessoal fica todo atirado aqui no chão. Eu já perdi até ônibus por causa da falta de alto-falante — reclamou Marcio Ravazzoli, que ontem aguardava o ônibus com destino a Porto Alegre.

O contrato de reforma assinado na quarta-feira garante a troca da cobertura e do piso (entre azulejos e ladrilhos) e a pintura da estrutura metálica. Também serão feitas adaptações para garantir acessibilidade, com melhorias na rampa de acesso, além de reparos na rede hidráulica e elétrica e no plano de prevenção de incêndios. A previsão é começar os trabalhos entre janeiro e fevereiro e concluir os reparos até o fim do ano.

A Rodoviária em melhorias nos últimos 10 anos:

2009: Demanda antiga, um terminal bancário 24 horas é instalado na rodoviária.

2010: Um novo sistema de iluminação é instalado e piso e banheiros são recuperados. A reforma custou R$ 89,2 mil.

2011: São construídas grades para dividir a área de embarque da área comum, um investimento de R$ 15 miil.

2013: Como não havia fiscais suficientes, grades de segurança são retiradas.

2014: Constantes entupimentos no encanamento dos banheiros fazem com que eles sejam interditados e 11 banheiros químicos são instalados no estacionamento da rodoviária. No mesmo ano, a direção do prédio é transferida para o Ipreville.

2015: Reforma dos banheiros é entregue 16 meses depois.

2017: Em reportagem, o jornal A Notícia verificou que havia banheiros interditados por causa de vazamentos e boxes sem porta, entre outros problemas estruturais no prédio.

2018: NSC cria campanha, por meio do compromisso JA, para discutir os problemas da rodoviária. O lançamento do edital de licitação para contratação de empresa para realizar a reforma, que estava previsto apenas para 2019, foi adiantado.