Confira abaixo as principais datas da ascensão do separatismo na Catalunha:
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– De 2006 a 2010 –
Em março de 2006, o Parlamento espanhol, com o Partido Socialista (PSOE) do então dirigente José Luis Rodríguez Zapatero como força no governo, adota um novo status que reforça a autonomia da Catalunha. O preâmbulo a define como uma “nação” dentro do Estado espanhol.
Em julho, o direitista Partido Popular (PP, então na oposição e já dirigido por Mariano Rajoy) apresenta um recurso contra o novo Estatuto de autonomia no Tribunal Constitucional. Rajoy critica o texto como uma ameaça à unidade da Espanha.
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Em junho de 2010, o Tribunal Constitucional anula uma parte do Estatuto. Conclui que a referência à Catalunha como “nação” não tem “nenhum valor jurídico” e que “a Constituição não conhece outra a não ser a Nação espanhola”. Muitos catalães se irritam e, no mês seguinte, milhares vão às ruas.
– De 2012 a 2016 –
Em 11 setembro de 2012, mais de um milhão de pessoas se manifestam em Barcelona por ocasião da Diada, a festa da Catalunha, sob o slogan: “Catalunha, próximo Estado da Europa”.
O então presidente catalão, Artur Mas, nacionalista conservador, volta-se para o separatismo, prometendo um referendo de autodeterminação depois que Rajoy, chefe de governo desde 2011, recusa-se a dotar a região de mais autonomia fiscal.
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Em 9 de novembro de 2014, a Catalunha organiza uma consulta simbólica, declarada anticonstitucional pela Justiça espanhola. A taxa de participação é de cerca de 35%, e 80% dos votantes se pronunciam a favor da secessão.
Em 27 de setembro de 2015, os partidos separatistas obtêm a maioria das cadeiras do Parlamento regional e se comprometem a proclamar um Estado catalão independente em forma de república em 18 meses.
Para garantir o apoio da esquerda radical, Mas cede o lugar a Carles Puigdemont, separatista de longa data empossado presidente em janeiro de 2016.
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– 2017 e 2018 –
Em junho de 2017, Puigdemont anuncia a celebração de um referendo de autodeterminação para 1º de outubro, apesar de sua proibição por parte da Justiça espanhola, com a pergunta: “Você quer que a Catalunha seja um Estado independente em forma de República?”.
A Justiça espanhola suspende a lei que ampara a votação e o governo espanhol envia milhares de policiais para a região para evitar o referendo.
Em 1º de outubro, forças da ordem invadem, com violência, pelo menos 100 colégios eleitorais para apreender as urnas, mas não conseguem evitar a votação.
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Segundo os resultados do governo regional não verificados de modo independente, 2,3 milhões de pessoas (42,3% do censo) votam, com 90% de apoio à independência.
Em 27 de outubro, depois de semanas de hesitação e de intensas manifestações a favor e contra a secessão na região, o Parlamento regional declara independência, embora esta não vá ser reconhecida por nenhum país.
Apenas algumas horas depois, Rajoy anuncia a intervenção da autonomia regional, a destituição do governo de Puigdemont e a dissolução do Parlamento para convocar novas eleições em 21 de dezembro.
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Apesar de enfraquecidos pela detenção, ou pelo exílio, de seus líderes acusados de rebelião, os separatistas conseguem 47% dos votos nessas eleições e renovam a maioria absoluta no Parlamento catalão com a candidatura de Puigdemont à frente do bloco.
Impedidos de escolher mais uma vez o agora ex-presidente que partiu para a Bélgica e foi detido em 25 de março na Alemanha, onde está à espera de uma possível extradição, os separatistas empossaram, em 15 de maio, o editor Quim Torra. Seu perfil é ainda mais radical do que o dePuigdemont.
Em 1º de junho, o líder socialista espanhol Pedro Sánchez ganha uma moção de censura apresentada no Congresso contra Rajoy, apoiada pelos separatistas catalães. Um dia depois, ele assume a Presidência do governo espanhol, após prometer uma aproximação com a Catalunha.
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* AFP