Campeão do mundo pelo Grêmio em 1983 e conhecido por tirar o Botafogo de uma fila de 21 anos com o título do Campeonato Carioca de 1989, o ex-técnico Valdir Espinosa, que morreu nesta quinta-feira (27) aos 72 anos, teve uma passagem curta, mas intensa por Blumenau. No final de 2015 o já experiente profissional foi anunciado como treinador do Metropolitano. Com status de estrela, chegou ao Vale com a missão principal de subir a equipe blumenauense da Série D para a Série C do Campeonato Brasileiro.
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Era um ano cheio de expectativas para o torcedor verde. Além de um nome com bagagem à beira do campo, o time havia feito a maior contratação de sua história: o lateral Léo Moura, com direito à apresentação de luxo no Shopping Neumarkt. Na época, o próprio atleta admitiu que a presença de Espinosa havia influenciado na sua decisão de vir para Blumenau.
A euforia, no entanto, não passou de fevereiro. Com apenas duas vitórias em sete partidas, Espinosa não resistiu à pressão e caiu após uma derrota por 3 a 0 para a Chapecoense pelo Campeonato Catarinense. O treinador deixou o clube com apenas 38% de aproveitamento — foram outros dois empates e três derrotas. Léo Moura seguiu o mesmo caminho pouco tempo depois, ainda a tempo de ser campeão da Libertadores pelo Grêmio em 2017.

O desempenho aquém do esperado, no entanto, não apagou a história de Espinosa com Blumenau. Durante sua breve passagem pela cidade, ele demonstrou ser uma pessoa simples e simpática. Almoçava, por exemplo, em uma padaria na esquina da casa onde morava, no bairro Vila Nova.
— Primeiro dia que fui lá já cheguei brincando com todo mundo, ninguém me reconheceu. Alguns dias depois o marido da dona me reconheceu, conversou comigo, marcou um churrasco e eu fui. Conheci a família toda, a maioria gremista, foi fantástico. E aqui eu sinto esse carinho das pessoas. Já me convidaram para festa de aniversário, me colocaram no grupo do condomínio no WhatsApp, é uma relação muito boa — contou Espinosa ao Santa em reportagem publicada em fevereiro de 2016.
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Jogadores e funcionários do Metrô também destacavam o carisma do treinador, que teve passagens por mais de 20 clubes entre Brasil, Paraguai, Japão e Arábia Saudita. Atualmente, Espinosa ocupava o cargo de gerente de futebol do Botafogo, função que assumiu em dezembro passado. Ele havia se licenciado do cargo para uma cirurgia na região abdominal no último dia 14. A morte foi confirmada nesta quinta-feira após complicações do procedimento.