A retirada das tropas americanas do Iraque, celebrada nesta quinta-feira com uma cerimônia oficial em Bagdá, põe fim a quase nove anos de guerra, uma história que teve muitos episódios dramáticos:
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Invasão em busca de armas nunca encontradas
Após os atentados de 11 de setembro de 2001, o então presidente americano George W. Bush adotou a política do “ataque preventivo” e voltou a poderosa máquina de guerra do seu país contra qualquer nação considerada suspeita de patrocinar atentados terroristas contra os EUA. Em 2002, depois de ocupar o Afeganistão, Bush passou a ameaçar o Iraque, acusando o regime do ditador Saddam Hussein de desenvolver armas de destruição em massa.

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Apesar de protestos da ONU e da comunidade internacional, tropas americanas invadiram o território iraquiano em 20 de março de 2003, com o apoio de Reino Unido, Espanha, Itália, Polônia e Austrália, entre outros países. Em 9 de abril, menos de um mês após o início das hostilidades, as forças da coalizão conquistaram a capital Bagdá, o que marcou a derrubada do regime de Saddam Hussein, que estava no poder desde 1979. As armas de destruição em massa, que serviram de pretexto para a invasão, nunca foram encontradas.
Diplomata brasileiro morre na destruição de prédio da ONU
Após a ocupação americana, grupos de apoio ao ex-ditador passaram a promover atentados contra as forças estrangeiras e contra inimigos internos, instaurando o terror no país.

Em 19 de agosto de 2003, num dos piores ataques, o prédio onde funcionava o quartel-general da ONU em Bagdá foi destruído por um atentado a bomba, matando o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, que comandava a missão das Nações Unidas no Iraque.

Saddam é capturado
Em 19 de dezembro de 2003, depois de meses de procura, o ex-ditador Saddam Hussein foi capturado por forças americanas, em um esconderijo subterrâneo próximo a Tikrit, sua cidade natal.
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O horror de Abu Ghraib ganha o mundo
Fotos de prisioneiros iraquianos sendo torturados e humilhados por soldados americanos na prisão de Abu Ghraib são divulgadas pela imprensa internacional e transformam o caso em um escândalo, demonstrando elementos de barbárie que faziam parte da guerra de Bush contra o terrorismo.

Disputa entre grupos muçulmanos
Com a formação de um governo com a participação dos xiitas (grupo muçulmano que representa a maioria da população iraquiana), os sunitas, a minoria a que pertencia Saddam Hussein, que dominavam o país durante a ditadura, perderam seu poder. As duas facções iniciaram um confronto fratricida, promovendo atentados que deixaram milhares de mortos.

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Saddam é executado
Depois de ser condenado à morte, Saddam Hussein foi enforcado em 31 de dezembro de 2006. Imagens da execução e da humilhação do ex-ditador pelos seus carrascos são divulgadas na internet.

A retirada das tropas americanas
Em fevereiro de 2009, o sucessor de Bush na presidência dos EUA, Barack Obama, anunciou o fim das missões de combate no Iraque e propôs a retirada gradual de todas as forças americanas de ocupação no país árabe. Em outubro de 2011, o prazo final para a saída dos soldados foi enfim definido: os EUA encerrariam mais de oito anos de guerra, que custou bilhões de dólares e milhares de mortos.
