Única praia de Joinville, a Vigorelli vem sendo considerada própria para banho há dois meses, conforme aponta o último relatório de balneabilidade da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) – divulgado em 21 de dezembro. O resultado positivo das últimas sete amostras da água faz com que o pequeno trecho às margens da baía da Babitonga, na Vila Cubatão, volte a ser uma opção de lazer entre os turistas e banhistas joinvilenses.

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O ponto em boas condições de balneabilidade está localizado a 50 metros à esquerda do trapiche da Vigorelli e é um dos 23 avaliados pela Fatma nas praias do Norte de Santa Catarina. Além dele, foram verificadas as classificações de banho nos municípios de Balneário Barra do Sul, Barra Velha, Itapoá, Balneário Piçarras e São Francisco do Sul. Na região, apenas quatro pontos são impróprios, de acordo com o relatório: dois em Barra Velha e outros dois na praia dos Paulas, em São Francisco.

Um novo levantamento deve ser divulgado ainda nesta semana, e para que a praia se mantenha própria para banho é necessário que 80% ou mais de um conjunto de amostras coletadas da água nas últimas cinco semanas apontem no máximo 800 escherichia coli (grupo de bactérias gram negativas responsáveis por causar infecções no intestino ou de urina) por 100 mililitros. Na primeira semana do ano passado, por exemplo, a balneabilidade da Vigorelli era imprópria.

Atrativos

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Para Anelise Gilli, moradora do Aventureiro, o fato de as últimas avaliações serem positivas a motivou a conhecer a praia pela primeira vez na companhia da irmã, Graziela; da filha Lisa, de dois anos; e da sobrinha Iasmin, de um ano e quatro meses. Segundo ela, a visita em plena quarta-feira agradou e a família deve aderir ao local para outros passeios.

– Decidi vir justamente por causa do indicativo de que a água é própria para o banho, e como a gente mora aqui perto, não tem por que não aproveitar. Gostei daqui e achei bem organizada, é um local bem para a família. Então eu, que costumo ir até Barra Velha, hoje estou experimentando, mas pretendo voltar – afirmou Anelise.

A escolha do local como roteiro de diversão nas férias também foi feita pela família do casal Simone de Oliveira Alves e Silvano de Oliveira, do Parque Joinville. O casal levou os filhos Vitor e Gabriel para pescar, além de aproveitar a travessia de ferry boat para passear na Vila da Glória, no outro lado da baía.

– Nós iríamos para Florianópolis na casa de uma irmã, mas, devido à correria do dia a dia, decidimos procurar um lugar mais calmo e optamos pela Vigorelli. Viemos (ontem) para passar o tempo e aproveitar a folga na companhia da família – disse Simone.

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A pesca também foi a opção do operador de injetoras Charles Pavesi, morador do Cubatão, que costuma frequentar a praia com os filhos pequenos. Segundo ele, o local deveria ser mais valorizado, com a construção de uma orla, instalação de energia elétrica e asfaltamento do acesso à praia para atrair turistas a comunidade de Joinville. O mesmo avaliam Roberto Xavier e Jurandir Angelo, também pescadores assíduos na Vigorelli.

– Tem gente que não valoriza, mas eu amo esse lugar. Tendo uma orla como a do Espinheiros, e uma calçada para passeio vai valorizar muito a região, e é só isso que falta – acredita Charles.

Comerciantes desejam melhorias

Edegar Monteiro de Magalhães, de 78 anos, é conhecido na região como Seu Nito e mantém um estabelecimento comercial há mais de 40 anos na praia da Vigorelli. Para o empresário, os comerciantes tentam deixar o lugar atrativo para turistas e a população local, mas confirma que eles esbarram em problemas de infraestrutura.

Conforme ele, além da falta de energia e asfaltamento, a permanência de uma embarcação desativada em frente à beira da Babitonga e a pouca faixa de areia incomodam e não é resolvida pelas lideranças políticas. Seu Nito explica que, na avaliação dele, essa é uma questão possível de ser resolvida com a colocação de cerca de dois quilômetros de faixa de areia.

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A filha de Edegar, Mônica Magalhães, salienta que, para que o desenvolvimento da região continue, é preciso que os próprios moradores e empresários se engajem em prol da Vigorelli.

– Turista sempre tem muito, porém, mesmo a água estando própria para o banho, ela não oferece melhores condições aos banhistas porque é uma praia artificial e precisa de assoreamento. Penso que se cada comerciante se preocupasse em não só absorver (recursos) do lugar e devolvesse um pouco à praia, os atrativos e a procura seriam maiores – justifica.

Rota de passagem

Grande parte dos visitantes da praia é formada por usuários do ferry boat, que realiza a travessia da região até a Vila da Glória e as praias de São Francisco do Sul. Conforme Alessandro Padilha da Silva, operador de caixa da balsa, o movimento é maior nos finais de semana para passeios e almoço. Ele explica que a Vigorelli também teve aumento significativo de pessoas que realizam a travessia.

– Há dois anos, em dezembro, passaram 1,6 mil carros pela balsa e, em dezembro de 2017, foram dois mil veículos. Essa média atual deve se manter até o Carnaval – comemora.

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A passagem marítima é opção para quem deseja conhecer a baía da região ou para fugir do trânsito, como fez o casal Nivaldo Jucemar Missel e a mulher Silvana Barbosa. Moradores do Itinga, eles seguiram pela balsa até o outro lado, rumo ao município de Itapoá.

– Estamos utilizando a balsa por causa do trânsito e pela segurança. Já passamos outras vezes e, para nós, o caminho por aqui é mais perto – relatam.