A apresentação do relatório anual da saúde em Joinville, na última segunda-feira, na Câmara de Vereadores, mostra que a cidade continua avançando em relação a programas de prevenção e tem bons indicadores comparando-se com Estado e País, mas que precisa prestar atenção a dados que pioraram e achar maneiras de acabar com problemas crônicos, como as filas para especialidades.

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Se a cobertura de consultas básicas melhorou (de 0,7 por habitante em 2011 para 1,2 no ano passado), por exemplo, a proporção de pessoas que ainda procura PAs e hospitais quando deveriam ir a postinhos ainda é distorcida e causa superlotações.

O correto é que apenas 15% das consultas fossem na urgência e emergência, quando representam 38,6% dos atendimentos.

De 13 especialidades médicas (consultas que podem esperar), oito têm avaliação boa, ou seja, não há filas significativas. Mas oftalmologia, cirurgia geral e ortopedia continuam com demanda alta e histórica, pelo volume de pacientes e falta de médicos.

Nos exames, embora a fila tenha andado, 11 mil pessoas aguardavam ultrassom em dezembro. Em relação a doenças que o SUS pede que sejam monitoradas, houve leve aumento de mortes por tuberculose, enquanto ocorreram menos curas de casos, o que pode estar associado ao aumento de usuários de drogas e moradores de rua.

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As vistorias de imóveis em busca de focos da dengue também ficou abaixo de o esperado. A meta era visitar todos os imóveis onde há risco do mosquito que transmite a doença proliferar, quando 73% dos locais foram visitados. Casas fechadas, mau tempo e treinamento de agentes comprometeram o serviço.

Representantes da Secretaria Municipal de Saúde destacaram que a necessidade de mais agentes comunitários para ir até a população é uma solução, mas que esbarra no limite com a folha de pagamento. Informatização é a solução apontada para diminuir filas, mas a secretaria reconhece que o processo é complexo e demorado de se implantar.

O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Valmor Machado, cobrou que a secretaria seja mais eficiente na pactuação de metas e no seu cumprimento, para não correr risco de perder recursos federais.