Em todos os cantos do planeta as geleiras desaparecem, ameaçando aumentar o nível de pobreza de milhões de pessoas e prejudicar o abastecimento de água. Segundo relatório das Nações Unidas divulgado neste domingo, o derretimento da neve nas montanhas ocorre em um ritmo acelerado – e nunca foi tão grave.

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Na América do Sul, o desaparecimento das geleiras pode criar problemas de fornecimento de energia nas próximas décadas, pois grande parte de barragens hidrelétricas foram construídas em rios alimentados pelas pedras de gelo.

Dados do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma) indicam que, entre 2004 e 2006, em 30 montanhas espalhadas pelo mundo, as geleiras derreteram em um ritmo jamais visto. Entre 2005 e 2006, a perda foi duas vezes superior aos números registrados entre 2004 e 2005. Coletadas pela Universidade de Zurique, as novas informações são consideradas alarmantes.

– Os dados revelam uma perda de gelo acelerada que não tem previsão para acabar – alertou o diretor do serviço de coleta dos dados, Wilfreid Haeberli.

Em média, a perda de gelo nas montanhas foi equivalente a uma redução de 1,4 metro de água. Em 2005, a perda havia sido de meio metro. Entre 1980 e 1999, a média de redução anual foi de apenas 0,3 metro. Antes de 2006, o recorde havia sido registrado em 1998, quando as montanhas perderam, em média, 0,7 metro. Segundo Haeberli, a perda total desde 1980 já chega a 10,5 metros.

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Diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner afirma que milhões de pessoas dependem diretamente desses reservatórios de água para ter o que beber, para a agricultura, indústria e energia. A ONU alerta que, até 2030, a probabilidade de uma perda total de todos as geleiras latino-americanos é alta.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.