A Agência Regulamentadora Intermunicipal de Saneamento (Aris) emitiu um sinal amarelo sobre a qualidade do tratamento de água em alguns dos municípios de Santa Catarina. A autarquia divulgou o primeiro relatório parcial da análise da potabilidade em 10 municípios de Santa Catarina. O documento tem como base informações sobre a água tratada entre os meses de janeiro a junho deste ano e enviadas pelas prestadoras do serviço.
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No final do ano, a Aris divulgará o relatório de 2012 dos 133 municípios consorciados. Neste primeiro parcial foram selecionados cinco cidades operadas pela Casan (Caçador, Chapecó, Rio do Sul, Mafra e Concórdia) e outras cinco sob responsabilidade direta ou indireta do próprio município (Massaranduba, Guaramirim, Itapoá, Porto Belo e São João Batista). De acordo com Probst, ao avaliar cidades de regiões diferentes do Estado e variar a responsabilidade pelo tratamento, a Aris tentou garantir a isonomia nos resultados.
A análise do material mostrou que há problemas em alguns parâmetros que dizem respeito à água tratada. De acordo com o diretor da Aris, Marcos Fey Probst, alguns indicadores – como a turbidez da água – mostraram que pode haver um desrespeito à portaria do Ministério da Saúde que estabelece indicadores da qualidade da água para consumo humano e o padrão de potabilidade. Outro aspecto é sobre a maneira como os relatórios são preenchidos pelas prestadoras de serviço, que pode ter comprometido o resultado final.
– Não significa que a água não está imprópria para o consumo, mas é preciso que algumas medidas sejam feitas a curto prazo. Vamos averiguar junto às prestadoras para saber o que pode ter acontecido e cobrar estas medidas – explica Probst.
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Levantamento parcial mostra falta de manutenção preventiva
Os números que mais chamaram atenção da agência dizem respeito a Itapoá, Concórdia e Chapecó, que apresentaram turbidez em níveis fora do padrão na maioria dos meses analisados – ou seja, presença de sedimentos e organismos microscópicos na água.
De acordo com a engenheira sanitarista da Aris, Cristina Vasconcelos Amaral, é necessário um histórico maior de análise para uma conclusão mais precisa. Para ela, uma das principais orientações a serem repassadas às prestadoras é sobre a maneira como as informações são registradas. Em alguns dos relatórios, foram encontrados erros de digitação em índices importantes, por exemplo.
Em uma análise geral, a agência percebeu que os municípios auditados têm problemas decorrentes da falta de investimentos em unidades de tratamento e de manutenção preventiva. Também pode-se verificar que a variação nos indicadores mostram que há baixa padronização nos procedimentos operacionais, especialmente a respeito da turbidez da água. A Aris é um consórcio público criada em 2009 e tem como finalidade regulamentar e fiscalizar serviços de saneamento básico conforme a lei federal nº 11.445 de 2007.
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