A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou diplomatas da Rússia, do Irã e do Iraque em embaixadas e residências entre 2003 e 2004, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A informação consta de relatório produzido pela agência e revelado nesta segunda-feira pelo jornal Folha de S.Paulo.
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O documento fornece detalhes sobre 10 operações secretas da Abin, que incluíram monitoramento de viagens, acompanhamento dos alvos por agentes a pé e de carro a fim de fotografá-los. Entre os diplomatas que foram seguidos, estão o ex-cônsul-geral da Rússia no Rio Anatoly Kashuba, que deixou o país em 2003, e o então embaixador do Irã em Cuba, Seyed Davood Mohseni Salehi Monfared. O cônsul honorário da Rússia no Brasil, Fernando Gianuca Sampaio, advogado residente em Porto Alegre, também foi seguido.
– Sou, sim, um agente russo, mas um agente oficial – disse Sampaio à Folha de S.Paulo, em tom irônico.
Segundo a Folha de S.Paulo, as operações de vigilância tiveram “características modestas”. Não há registro de quebra de sigilos eletrônicos ou telefônicos dos diplomatas pela Abin.
Em setembro, o programa Fantástico, da TV Globo, revelou que os EUA monitoraram telefonemas da presidente Dilma Rousseff. A informação, baseada em dados obtidos pelo ex-analista da National Security Agency (NSA) americana, Edward Snowden, hoje asilado na Rússia, provocou o cancelamento da visita de Dilma ao presidente Barack Obama prevista para outubro passado.
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