Cada vez mais perto da divulgação de um relatório sobre o incidente em Ghouta, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, antecipou suas críticas ao presidente sírio Bashar al-Assad.

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Para Ban, o relatório da organização deve ser um “relato avassalador de que armas químicas foram utilizadas”. Ele estimou que cerca de 1,4 mil pessoas foram mortas no ataque com agentes neurotóxicos.

Olíder da equipe de investigação da ONU para o caso, o sueco Ake Sellström, deve enviar o documento ao secretário-geral na segunda-feira. Enquanto isso, Ban não responsabiliza nem o regime de Al-Assad nem os rebeldes pela ação, mas declara que o líder sírio é culpado de “vários crimes de guerra e contra a humanidade”.

Os Estados Unidos mantêm o ceticismo quanto ao acordo de destruição do arsenal químico sírio. Em meio às reuniões entre o secretário de Estado americano, John Kerry, e o chanceler russo, Sergei Lavrov, Barack Obama afirmou que, apesar de esperar que as negociações se concretizem, insistirá para que qualquer acordo firmado com o presidente sírio Bashar al-Assad seja “verificável e obrigatório”.

No segundo dia de conversas entre Kerry e Lavrov com o mediador internacional da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, o americano afirmou que as discussões foram “construtivas”, mas que a realização da conferência de paz Genebra 2, posta em xeque pelo suposto ataque químico na região síria de Ghouta, “obviamente depende” do sucesso nas negociações com Al-Assad sobre sua adesão à Convenção de Armas Químicas.

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Representantes de Rússia e EUA voltarão a se encontrar por volta de 28 de setembro, em Nova York, em tempo para a Assembleia Geral da ONU, a fim de continuar os preparativos para Genebra 2 e, então, definir uma data para sua realização.

França quer reforçar ajuda a rebeldes

O presidente François Hollande, da França, e os chefes das diplomacias de Arábia Saudita, Jordânia e Emirados Árabes Unidos concordaram sobre a necessidade de reforçar o apoio internacional à oposição na Síria para que possa enfrentar os ataques do regime, de acordo com comunicado da presidência francesa após reunião de ontem. Oficialmente, Paris fornece apenas material não letal aos rebeldes, que se beneficiam da venda de armas de vários países do Golfo.

Também ontem, a França considerou que o anúncio da adesão de Damasco à Convenção de Armas Químicas é “insuficiente” e insistiu na necessidade de um texto “vinculante” ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.