Quando a presidente Dilma avisa que só fará a reforma ministerial depois da votação do impeachment, ela começa a dimensionar o tamanho da conta. Se PP e PR quiserem os cargos negociados, terão que entregar votos no plenário na Câmara contra o impeachment. Ou que convençam deputados a não aparecerem no dia D. Tanto faz. O fato é que a presidente está assumindo uma série de compromissos para tentar escapar do afastamento. Ouça o comentário de Carolina Bahia:
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O feirão de cargos pode comprometer áreas estratégicas para qualquer governo. Ministérios como Educação e Saúde estão sendo rifados sem qualquer critério, ao gosto do freguês, que indica um nome qualquer para a vaga. A pauta dos movimentos sociais também será difícil de cumprir. A chamada inflexão à esquerda na área econômica, previamente comemorada pelos petistas, só é possível na cabeça de quem não sabe fazer conta ou de quem ainda pensa que o tesouro público é um saco sem fundo.
Ministro de Dilma
Durante palestra para empresários gaúchos, no Almoço Prêmio Exportação, o ministro Armando Monteiro (Indústria e Comércio) defendeu a reforma da Previdência e a desindexação dos benefícios. Tudo o que os movimentos sociais que defendem Dilma mais abominam.
Para chorar
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Seria no mínimo curioso ver o processo de impeachment contra Michel Temer em análise na Câmara. O PT chamaria de golpe? E o PMDB, mudaria o discurso atual? Nesta brincadeira, a única alternativa inaceitável é pensar em Eduardo Cunha, o próximo na linha sucessória, na Presidência da República.
Cenas
O clima esquentou entre os deputados Valdir Colatto (PMDB-SC) e Afonso Motta (PDT-RS). Tudo porque Colatto, em um surto de radicalismo, defendeu que os contrários ao impeachment de Dilma fossem expulsos da Frente Parlamentar da Agricultura. Defensor do governo, Afonso subiu o tom e fez um discurso de ¿tremer as paredes¿, nas palavras de um colega da bancada ruralista.
Empenho
Relator do impeachment, Jovair Arantes (PTB-GO) passou a noite em claro para ajustar as conclusões a serem apresentadas hoje na comissão especial. Mesmo gripado, não abriu mão de cumprir com os prazos combinados com o presidente da Câmara e aliado, Eduardo Cunha.