A discussão sobre a Resolução 72 gerou atritos entre os representantes catarinenses nos governos estadual e federal. No Centro Administrativo, o sentimento é de que faltou um pouco mais de esforço para ajudar o Estado por parte da catarinense mais próxima da presidente Dilma: a ministra Ideli Salvatti (PT). Do outro lado da trincheira, a petista diz que as negociações de compensação para Santa Catarina começaram com sua intermediação e que fez o que estava ao seu alcance.
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No Estado, o principal motivo da irritação foi uma declaração de Ideli de que Santa Catarina entrou tarde na discussão.
– Ela está tentando tirar o corpo fora, mas ela não é catarinense? Foi uma declaração infeliz, de quem não tem o que dizer – avalia o secretário de Assuntos Internacionais, Alexandre Fernandes.
Nos bastidores, a leitura é de que é compreensível que Ideli assuma a postura do Planalto, mas que era desnecessário ir à imprensa e disparar contra o governo do Estado. Alguns aliados avaliam que o ocorrido pode ter reflexos negativos na relação de Santa Catarina com Brasília.
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– Ela poderia ser muito mais útil para Santa Catarina do que está sendo. Não só na questão do ICMS. Lamento isso porque não é por falta de humildade, tampouco de respeito do Raimundo para com o Planalto – diz um aliado próximo ao governador.
Na terça-feira, depois da aprovação da Resolução 72, o vice-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB) disse, pelo Twitter, sem citar nomes: “Bem, esperamos que os verdadeiros catarinenses em Brasília agora ajudem na compensação do governo federal a SC, depois da 72”.
A ministra acredita que os efeitos da aprovação não serão tão catastróficos. Ela reforça sua avaliação de que Santa Catarina entrou tarde na discussão, mas afirma que ainda há condição de encontrar medidas compensatórias. Segundo Ideli, a aprovação da resolução é prioridade para o Planalto por causa da crise internacional.
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– Hoje estou numa tarefa de responsabilidade nacional. Obviamente que eu tenho que fazer tudo que estiver ao meu alcance para ajudar Santa Catarina. Agora, se as pessoas que estão na representação de Santa Catarina apareceram tardiamente, eu acho que é a elas que tem que ser perguntado – dispara a petista.