Todos os dias as lavanderias industriais de Criciúma se deparavam com o mesmo problema: como descartar o rejeito gerado após as lavações? Como esse tipo de resíduo demanda um descarte especial, a solução era enviar para uma empresa de Blumenau que armazenava a sobra. Uma equipe do Instituto Senai de Tecnologia em Materiais, de Criciúma, descobriu uma nova e ecológica solução para o problema: transformar o dejeto em fertilizante.
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As pesquisas começaram em 2008, após uma demanda das lavanderias da cidade, que tinham de investir para transportar e armazenar a borra. Uma análise química do composto identificou a presença de nitrogênio, fósforo e potássio, elementos presentes em fertilizantes. Porém, o maior desafio era neutralizar a goma, que contém fenol, substância altamente tóxica.
Rosaura Piccoli, do Instituto Senai de Tecnologia em Materiais, de Criciúma, coordenou a pesquisa e explica que, além de reaproveitar um efluente danoso, o processo consegue criar um fertilizante que não é minerado, ou seja, sem impactos ambientais, e totalmente seguro.
– Transformamos um problema em alimento para o solo – diz.
A engenheira química conta que agora o plano é criar uma empresa para comercializar o fertilizante para micro e pequenos agricultores. A meta é vendê-lo em pacotes de 1, 3 e 5 quilos. Rosaura também começou estudos para transformar outros dejetos em fertilizantes.
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50 projetos de inovação
O projeto de Criciúma venceu na categoria Tecnologia Industrial/Processo na Mostra Inova Senai, em Belo Horizonte. A mostra, evento paralelo à Olimpíada do Conhecimento, foi composta por 50 projetos inovadores que concorriam em cinco categorias.
Outro projeto catarinense reconhecido foi o torno mecânico virtual, desenvolvido pelo Núcleo de Inovação do Senai Tubarão. A iniciativa ficou em segundo lugar na categoria tecnologia educacional e é um simulador 3D que tem como principal diferencial a interatividade.
A repórter viajou a convite da Fiesc