Os motoboys que fizeram uma manifestação na Via Expressa em Florianópolis na manhã desta quarta-feira (23) reclamam de excessos na fiscalização da Polícia Rodoviária Federal. A corporação afirma que as exigências estão de acordo com a lei e são feitas para segurança dos condutores e do trânsito.
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Com o protesto, a ponte Pedro Ivo Campos foi bloqueada pela Polícia Militar por poucos minutos por volta das 8h45 para retirada dos manifestantes e, com isso, evitar um bloqueio prolongado do acesso à Ilha. Fluxo ficou lento na Via Expressa durante toda manhã.
Essa mobilização começou nas redes sociais nessa terça (22) e motivou uma operação na cabeceira da ponte, com 40 agentes, da Polícia Militar, PRF e Guarda Municipal desde as 5h30.
– Estamos reivindicando que a polícia pare de pegar a gente como se fosse bandido, marginais. Tem motoboy que vira noite trabalhando. Eles ficam olhando a moto de cima a baixo pro poder aplicar uma multa – explicou André Luiz Antunes, motoboy há 29 anos.
Ouça entrevista:
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Em entrevista no Notícia na Manhã, o diretor de comunicação da PRF Luiz Graziano explicou que a fiscalização é preventiva e ocorre na Via Expressa pois o local está entre os mais perigosos do Brasil.
– A partir de janeiro, a gente verificou que 70% dos acidentes graves na Grande Florianópolis tinham envolvimento de motos. Esse trecho da BR-101 e da Via Expressa estão entre os 22 trechos mais perigosos do Brasil. Então, nós propusemos essa operação desde março, a Operação Moto Vida para fiscalizar e promover ações educativas para motociclistas – afirmou.
Para o motoboy André Luiz Antunes, as cobranças da PRF são um exagero e dificultam o trabalho da categoria.
– Eles pedem placa vermelha, mata-cachorro, proíbem a lâmpada branca. Outra coisa que a PRF fica dando multa pra gente é a gente passar no corredor. Não tem cabimento uma moto ficar parada atrás de um carro se a gente pode passar pelo lado. Se cada moto ficar parada atrás de um carro, como a PRF quer, nós paramos a cidade toda – enumerou.
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Conforme Graziano, 2,5mil motos foram fiscalizadas desde março. Dessas, ao menos 1 mil foram multadas e 120 não tinham condições de prosseguir devido à falta de condições de segurança, falta de habilitação ou licenciamento vencido.
– As pessoas que tiveram a moto retida fizeram barulho e acham que estão sendo perseguidas. Tem coisas que não tem como flexibilizar. Mata-cachorro é equipamento obrigatório para moto-frete, por exemplo. Se não tem, a polícia não pode liberar, ela vai estar indo contra lei e os princípios de segurança – explicou.
O trânsito na Via Expressa ficou lento durante toda a manhã, embora a operação na cabeceira da ponte tenha encerrado às 10h30.