As reitorias da Furb e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) não entraram em consenso sobre o modelo a ser usado na criação de uma universidade federal em Blumenau. Nesta terça-feira, os reitores das duas instituições se reúnem, em Brasília, com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, na busca de uma solução para o impasse. João Natel, da Furb, e Roselane Neckel, da UFSC, participam da audiência às 19h.

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A expectativa da vice-reitora da UFSC, Lúcia Helena Pacheco, é que o Ministério da Educação (MEC) ajude na escolha do melhor modelo a ser adotado. Em dezembro de 2011, uma proposta de incorporação da Furb pela Universidade Federal foi protocolada no governo federal. O modelo não agradou à Furb. Em março deste ano, a Furb montou o modelo de tutoria, com a União absorvendo o patrimônio e os servidores, porém, mantendo a autonomia administrativa e acadêmica. Desta vez, a ideia não agradou a UFSC.

O modelo de incorporação previa que as vagas gratuitas seriam oferecidas apenas mediante vestibular. Não contemplava cessão do patrimônio da Furb para a UFSC e a cedência dos professores e servidores. Além disso, faria a Furb desaparecer gradualmente. Já a proposta tutorial absorve patrimônio e servidores da Furb. A partir da sinalização do MEC, os alunos já matriculados nas 15 licenciaturas e em três mestrados da Furb teriam a gratuidade do ensino. Nesta segunda-feira, a vice-reitora da UFSC foi clara ao rejeitar o novo projeto:

– A proposta que a Furb apresentou está equivocada juridicamente. Queremos o aval do MEC, que é quem viabiliza o projeto e tem a função de avaliar as questões jurídicas e financeiras. Esperamos que desta reunião saiam avanços – disse, sem detalhar os motivos da rejeição.

Hoje, a Furb sugere ceder os professores e servidores aos cursos geridos pela UFSC em Blumenau, sem a necessidade de concurso público. Os docentes continuariam sendo servidores municipais, recebendo no salário um ressarcimento por meio de convênios com a UFSC e o MEC. Dessas vagas, os que se aposentarem seriam substituídos, no futuro, por professores federais concursados.

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Reitor da Furb, João Natel explica que a definição esperada para esta terça-feira é crucial para o andamento do processo:

– A parte mais fácil é estabelecer os cursos e o cronograma. Mas antes precisamos ter a aprovação do MEC para prosseguir com esse modelo de cessão dos servidores, que é inédito – justificou.

O debate pela criação de uma universidade federal em Blumenau ganhou força em 2011. Em agosto, dois meses após afirmar, durante pronunciamento no município, que desconhecia o projeto, a presidente Dilma Rousseff apresentou em Brasília o Plano de Expansão do Ensino Superior, incluindo a criação de um campus da UFSC em Blumenau, a partir da Furb.

Desde que a discussão esquentou, quem representava a UFSC era o reitor da época, Álvaro Prata. Em dezembro, a Universidade Federal elegeu Roselane Neckel para reitora. A mudança preocupou a comunidade acadêmica da Furb, porque durante a campanha ela discordava da implantação de um campus da UFSC em Blumenau. Neste segunda-feira, a reitora foi procurada pelo Santa para falar sobre a universidade federal, mas não foi encontrada.

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