A reitora em exercício da UFSC, Alacoque Erdmann, anulou na tarde desta terça-feira (24) a decisão do seu ex-chefe de gabinete, Áureo de Moraes, que afastava por 60 dias o corregedor-geral da universidade, Rodolfo Hickel do Prado. A portaria anulada, de nº 2356/2017, foi publicada na última sexta-feira (20). A reviravolta no caso resultou na saída do chefe de gabinete, que deixou o cargo após a decisão da reitora em exercício.

Continua depois da publicidade

O corregedor-geral Rodolfo Hickel do Prado informou à reportagem que não deixou de ir ao seu gabinete desde a publicação da portaria que ordenava seu afastamento. Ele disse ainda que vai se manifestar “posteriormente”.

Por telefone, o professor Áureo de Moraes confirmou no começo da tarde desta terça-feira que a entrega do cargo na chefia de gabinete está relacionada à decisão da reitora em exercício, Alacoque Erdmann, de anular a sua portaria que afastava o corregedor-geral.

A reportagem entrou em contato com a reitoria da UFSC, mas ainda não teve resposta da reitora em exercício, Alacoque Erdmann, sobre a decisão de anular o afastamento do corregedor-geral, Rodolfo Hickel do Prado.

Continua depois da publicidade

Entenda o afastamento relâmpago do corregedor-geral da UFSC

O procedimento que resultou no afastamento do corregedor-geral teve origem em uma representação funcional interna apresentada contra ele por Gerson Rizzatti Júnior, professor da instituição citado no inquérito da Polícia Federal que levou à operação Ouvidos Moucos, deflagrada em setembro, com menções a valores que teria recebido por meio de bolsas de estudo. O motivo foi a recusa do professor em fazer parte de uma comissão – indicado pelo corregedor – que apuraria um processo administrativo disciplinar (PAD) relacionado ao Hospital Universitário, em 2015.

Na tramitação do procedimento interno aberto dia 5 de julho após denúncia do professor Gerson Rizzatti Junior havia uma recomendação da procuradora Alessandra Sgreccia para consulta da UFSC à CGU antes de abrir o procedimento administrativo contra o corregedor-geral e também a abertura de uma sindicância antes do PAD. Nenhuma das recomendações foi acatada pelo então chefe de gabinete, Áureo de Moraes, que concedeu entrevista ao DC no sábado (21) e respondeu:

— Aí é um juízo discricionário da autoridade que no caso sou eu. O próprio corregedor cansou de abrir procedimento administrativo disciplinar sem a devida sindicância.

Continua depois da publicidade

Leia mais:

Ex-chefe de gabinete da UFSC diz que decisão de anular afastamento de corregedor foi política

Corregedor que testemunhou em operação da Polícia Federal é afastado das funções por 60 dias

Chefe de gabinete diz que procedimento para afastamento não passou pela CGU “porque não tem que passar”

Em nota, UFSC afirma que afastamento de corregedor não tem relação com operação Ouvidos Moucos

Suma justiça, suma injustiça: a Operação Ouvidos Moucos em debate