Após um ano complicado com dois momentos em que recursos foram bloqueados pelo Governo Federal, o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ubaldo Cezar Balthazar, alega que o corte no repasse em torno de 25 a 30% vai refletir no orçamento da instituição para 2020. Ficará em 40% a menos, segundo o professor.

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Entre abril e outubro — mês em que o Ministério da Educação liberou verbas contingenciadas —, medidas restritivas foram anunciadas como a limitação do Restaurante Universitário apenas a estudantes carentes e a suspensão de novas bolsas. Ainda assim, para o ano que vem, a expectativa do reitor é de que a situação vivida pela instituição em 2019 não se repita.

— Praticamente, precisaremos manter algumas das medidas de economia em 2020. Ainda estamos estudando isso. Este ano, com a "ginástica" que a gente fez, conseguimos praticamente "zerar". Não mantivemos um superávit orçamentário, mas não fechamos no vermelho — declarou Balthazar.

Dentro do orçamento anual de aproximadamente R$ 1,5 bilhão, algumas das despesas consideradas obrigatórias são destinadas ao pagamento de salários de servidores e aposentadorias.

— O argumento de que temos um orçamento muito grande tem que ser considerado que em torno de 90% é mero movimento contábil. É dinheiro que não entra na universidade — defendeu o reitor.

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Cancelada este ano, a intenção da UFSC é ainda voltar a realizar a Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão (Sepex), com algumas mudanças. O evento para divulgação de projetos desenvolvidos pelos acadêmicos para o público em geral deve ser antecipado para a segunda quinzena de abril.

Ainda de acordo com Balthazar, um dos caminhos para obter verba é através da bancada catarinense em Brasília.

— Estamos estudando, mas não tem nada definido ainda — diz o reitor, sobre a possibilidade de parcerias com instituições particulares para desenvolver mais projetos dentro da UFSC.

Sobre a denúncia do Ministério Público de mais sete pessoas investigadas na operação Ouvidos Moucos, que investiga desvio de recursos públicos em contratos de fundações da universidade, Ubaldo Balthazar defende que a fiscalização é necessária, mas reclama que a "interferência excessiva" desses órgãos está prejudicando o trabalho na instituição.

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— O tempo todo estamos respondendo indagações. Diria que é um pouco complicado, passamos um ano sob lupa — completou o reitor.

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