A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) se manifestou, nesta quinta-feira (3), sobre quatro casos de apologia ao nazismo dentro da instituição em uma semana. O reitor Irineu Manoel de Souza divulgou um vídeo em que repudia os crimes de racismo e apologia ao neonazismo por membros da comunidade acadêmica e informa que não vai tolerar qualquer forma de discriminação dentro do ambiente acadêmico.
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Na gravação, o reitor afirma que as ações de grupos criminosos não corresponde ao ambiente de ensino, pesquisa e extensão que a universidade pública propõem.
— Não faz nenhum sentido esse tipo de procedimento, esse tipo de apologia, esses grupos dentro da nossa univerisdade — expressa o reitor.
De acordo com a UFSC, todos os casos de nazismo e racismo que ocorrem nas dependências da instituição foram repassados para investigação da Polícia Civil. O procedimento segue a orientação do delegado que apura o caso da célula neonazista identificada em Santa Catarina, cujo inquérito transcorre em sigilo.
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Para coibir atitudes de intolerância e proteger alunos, servidores técnicos e docentes, a universidade trabalha na criação de uma minuta para formalizar uma política de enfrentamento ao racismo dentro da instituição.
— Tivemos uma audiência pública na última terça-feira (1º) com quase 200 pessoas trabalhando nessa direção. Construímos num primeiro momento, naturalmente aproveitando todas as discussões anteriores sobre o tema, uma minuta de uma resolução que vai ser amplamente discutida no Conselho Universitário — disse Irineu.
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No fim de seu posicionamento, o reitor reforçou que a univerisidade passa por um “momento difícil”, mas que cumprirá com suas obrigações legais e não deixará os responsáveis impunes.
— Não vamos tolerar nenhuma forma de discriminação e vamos dar uma resposta precisa e os encaminhamentos necessários para que a universidade siga em um ambiente de paz, prosperidade, em um ambiente acadêmico e humano, que é o que interessa à universidade pública.
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Internamente, os episódios de racismo e neonazismo estão sendo registrados e mapeados, de acordo com a assessoria da UFSC. Os crimes ainda não tem autenticidade comprovada e os locais de manifestação criminosa aconteceram em locais sem monitoramento por câmeras, pois aconteceram em banheiros.
Porém, a universidade reforça que se houver identificação de algum estudante ou servidor envolvido, dispõe de mecanismos para a imposição de penalidades.
No caso de alunos, o Regime Disciplinar do Corpo Discente prevê penalidades que podem chegar à expulsão do estudante. E no caso de servidor, as punições cabíveis estão na Lei 8.112/90, que institui Regime Jurídico Único dos servidores públicos federais.
Veja o vídeo do reitor da UFSC sobre episódios de intolerância:
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