Uma reintegração de posse retirou um grupo que ocupava uma casa na avenida Professor Osmar Cunha, no Centro de Florianópolis. A ação ocorreu na manhã desta quinta-feira (9).

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A ocupação ocorria desde março deste ano e estava ligada ao Movimento Olga Benário, que nacionalmente faz ocupações para oferecer serviços de apoio a mulheres vítimas de violência. O grupo vinha divulgando ações com essa finalidade no local, chamado por eles de Casa Antonieta de Barros.

A reintegração de posse foi autorizada por decisão judicial concedida no dia 31 de maio. Na decisão, o juiz Cláudio Eduardo Régis de Figueiredo e Silva, da 8ª Vara Cível da Comarca de Florianópolis, entendeu que o imóvel não estava abandonado e tinha fins lucrativos, já que era mantido limpo, chegou a ser alugado e era alvo de proposta de compra e venda.

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A decisão foi cumprida nesta quinta-feira com apoio da Polícia Militar. A casa é de propriedade particular. O dono da residência, Afonso Câmara Neto, morreu em abril deste ano, já durante o trâmite da ação de reintegração de posse.

A representante da ocupação, Patrícia Bueno, disse que os responsáveis foram “pegos de surpresa” nesta quinta-feira e que não teriam recebido uma notificação sobre a data do despejo. Segundo ela, a ocupação funcionava como espaço para atendimento jurídico e psicológico para mulheres vítimas de violência em Florianópolis.

Conforme Patrícia, o local foi escolhido porque estaria abandonado há anos e possuía dívidas de IPTU. A prefeitura de Florianópolis não respondeu à reportagem para confirmar a informação. A representante da ocupação afirma ainda que o grupo tentou marcar uma audiência de conciliação após ser avisada da ordem de despejo, mas sem sucesso.

Reintegração de posse retirou grupo de casa no Centro da Capital
Reintegração de posse retirou grupo de casa no Centro da Capital (Foto: Tiago Ghizoni, Diário Catarinense)

Desocupação foi pacífica, diz defesa dos proprietários

O advogado Gustavo Domingues Vieira, que representa a família dona da residência, diz que a desocupação ocorreu de forma pacífica. A Polícia Militar, que acompanhou a ação, informou que apenas prestou apoio ao cumprimento da decisão.

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O advogado da família nega que o imóvel estivesse abandonado, já que chegou a ser alugado e atualmente estava à venda. O defensor afirma que os advogados da representante da ocupação foram notificados judicialmente e que sabiam da reintegração.

Os objetos do grupo que fazia a ocupação no local foram transportados de caminhão para um espaço indicado pelos próprios integrantes.

Justiça concede mais 10 dias após desocupação

Após a reintegração de posse feita com apoio da PM na manhã desta quinta, uma nova decisão concedeu mais 10 dias para a desocupação pacífica do imóvel por parte do grupo que ocupava a residência. O despacho é da 8ª Vara Cível da Comarca de Florianópolis e ocorreu após pedido do Movimento Olga Benário ao juiz para que fosse realizada uma audiência de conciliação. Segundo a defesa da família dona da residência, no entanto, a construção já havia sido desocupada antes do meio-dia.

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