Reino Unido oferecerá tratamento preventivo a mulheres com risco de câncer de mama

Cerca de meio milhão de mulheres britânicas com risco de desenvolver câncer de mama poderão fazer um tratamento preventivo através do Serviço de Saúde Nacional do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês). As novas diretrizes médicas, divulgadas nesta terça-feira, permitirão o tratamento que beneficiará mulheres britânicas a partir de 35 anos de idade, com risco genético moderado ou alto de desenvolver a doença.

O cancêr de mama é o mais comum no Reino Unido e cerca de um em cada cinco pacientes têm antecedentes familiares. O Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica (NICE), que elabora as diretrizes de atuação para os funcionários do NHS, acredita que o tratamento preventivo com um comprimido diário de tamoxifeno ou raloxifeno por cinco anos pode reduzir o risco da doença entre 30% e 40%.

O tratamento poderá diminuir o número de cirurgias como a mastectomia dupla – remoção completa da mama – à qual se submeteu recentemente a atriz Angelina Jolie, de 37 anos, para combater um risco genético elevado, que no caso de Angelina era de 87%. Além disso, o tratamento preventivo permitirá que o NHS poupe verbas significativas neste momento de cortes nos serviços públicos, segundo o NICE.

O tamoxifeno tem sido utilizado há 40 anos no Reino Unido para o tratamento de câncer da mama, enquanto que o raloxifeno é utilizado especialmente para combater a osteoporose na menopausa. Nenhum dos dois é utilizado como um tratamento preventivo no Reino Unido, mas segundo o NICE, evidências nos Estados Unidos mostram que ambos os medicamentos são igualmente eficazes na prevenção da doença.

Para o professor Gareth Evans, um dos especialistas que ajudou a desenvolver as recomendações, este tratamento será um avanço que pode salvar mulheres do estresse traumático do diagnóstico, e potencialmente da radioterapia e da quimioterapia.

Cerca de 50 mil mulheres e 400 homens morrem a cada ano no Reino Unido por câncer de mama, de acordo com o NICE, cujas recomendações são destinadas apenas para a saúde pública na Inglaterra e no País de Gales.