O jeito de falar não deixa esconder as origens. Palavras, expressões e concordâncias peculiares com um sotaque típico do interior de São Paulo. Em uma conversa com o meia Diego Palhinha, um dos principais personagens do primeiro título do Metropolitano, é possível conhecer um pouco mais sobre o futebol na visão de um atleta que já rodou o Brasil e, em cada cidade, como ele mesmo diz, deixou a sua marca e história.
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Natural de Registro (SP), mas nascido em um hospital na pequena cidade de Pariquera-açu (SP), também no Vale do Ribeira, Diego Luyse de Lara começou no futebol na base do Corinthians. Na base do Timão, atuou junto de outros atletas que ganharam projeção nacional e internacional.
– Tinha Bruno Otávio, Rosinei, o goleiro Júlio César, Marcelo, Roni, entre outros – lembra.
A profissionalização só veio em 2006, aos 21 anos, no Bragantino. Deixou Bragança Paulista e foi ser campeão do interior com o Democrata de Governador Valadares, em Minas Gerais, dando início a uma carreira recheada de títulos e acessos. Aos 32 anos, 11 deles como jogador profissional, tem cinco troféus e seis acessos no currículo. O mais recente em abril deste ano, quando atuava pela Portuguesa Santista-SP. Ajudou a colocar a Briosa na Série A2 do Campeonato Paulista, mas bateu na trave na conquista da taça. Na final contra o Atibaia (SP), o meia até fez gol, mas não evitou a derrota por 2 a 1 e o título do adversário.
Após a campanha no clube do litoral paulista, o jogador transferiu-se para Blumenau. Uma mudança de ares que foi costurada desde o início do ano.
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– Sinceramente, eu não conhecia Blumenau antes de vir para cá, havia jogado pelo Avaí no Catarinense e, em fevereiro deste ano, iniciamos uma conversa com o Metropolitano. Desde então tive vontade de jogar aqui e gostei da cidade, que me acolheu muito bem – conta.
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Conquista com o Metrô é especial
A campanha do Metrô para chegar ao acesso e o título contra o Marcílio Dias no último domingo não foi fácil. Durante a competição, houve troca no comando e chegada de novos atletas.
– Todos os jogadores fizeram a sua parte dentro de campo e no dia a dia. Tivemos uma oscilação no começo, mas nada que pudesse nos atrapalhar. Ficou para nós (os jogadores mais velhos) a responsabilidades de contribuir na mescla de juventude e experiência. Uma mistura que deu certo e fez com que o título fosse conquistado – avalia.
Palhinha destaca que a conquista com o Metrô é especial. É um dos ídolos da torcida e faz parte da história do clube, ao ganhar o primeiro título da história.
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– Me sinto muito feliz por fazer parte disso. Todos estão de parabéns! – completa.
Saudade da família e desejo em permanecer
O Diego Palhinha fora das quatro linhas se define como um paizão e um esposo dedicado, que busca sempre estar com a família quando pode. A distância é um desafio.
– Valorizo o tempo que estou com minha família, que é a base de tudo. Sou apegado na minha filha, é um pouco difícil, mas nada que uma boa causa não dê para segurar. Mas é lógico que com a família por perto é melhor – conta o jogador.
Palhinha revela que a visita da filha e a esposa, que moram em Bragança Paulista (SP), durante as férias escolares foram essenciais para manter o equilíbrio durante os três meses de ausência, durante a disputa da Série B do Catarinense:
– Os 25 dias que elas ficaram aqui me ajudaram muito. Para um jogador de futebol ficar longe da estrutura familiar é complicado, pois não tem nada melhor que estar próximo da família.
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O contrato de Diego Palhinha com o Metropolitano encerrou ontem e o jogador espera continuar no clube para a disputa da Copa Santa Catarina este ano e ter o bônus da Séria A do Catarinense em 2019.
– O clube vive um momento especial, pois vai disputar a elite do futebol catarinense e precisa de recursos para isso. Espero estar aqui em 2019 para brigar pelo título ou pelo menos uma vaga na Série D ou Copa do Brasil, competições que já joguei. Na primeira divisão tem muito time bom, por isso temos que nos fortalecer para termos condições de brigar pelo título – comentou o atleta sobre o futuro.