Considerado o monarca do maior grupo étnico de Angola, os Ovimbundos, o rei Tchongolola Tchongonga-Ekuikui VI visita a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) nesta terça-feira (31) para uma palestra em alusão aos 48 anos de independência do país africano. O evento acontece a partir das 19h30, no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) do campus Florianópolis.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp

Ekuikui VI desembarcou em Itajaí nesta segunda-feira (30) e deve ficar em Santa Catarina até o dia 2 de novembro, período em que participará de diversos eventos e se encontrará com representantes do movimento negro e organizações da sociedade civil. O objetivo da comitiva é reforçar os vínculos culturais entre o Brasil e a África e debater questões linguísticas e históricas relacionadas à Angola.

Viemos cumprir uma agenda orientada por nossos ancestrais há séculos atrás e que calhou no nosso reinado. O momento é próprio de resgatar, valorizar e expandir a nossa cultura. Acreditamos que nesse intercâmbio de trazer o conhecimento da nossa ancestralidade, também iremos levar de volta para a Angola boas coisas destacou em conversa com a NSC TV sobre as profecias africanas que diziam que, depois de todo o suplício dos tempos escravocratas, uma majestade angolana atravessaria o oceano atlântico e visitaria seu povo em diáspora.

Ainda durante a estadia em Florianópolis, Ekuikui VI deve passar pelo Quilombo Vidal Martins, no bairro Rio Vermelho, ter um encontro com estudantes angolanos da universidade federal e visitar a escola pan-africana Olodum Sul, no bairro Jardim Atlântico.

Continua depois da publicidade

Representantes da Europa, América e África visitam vinícola e agropecuária sustentável em SC

Além das visitas à São Paulo (na última semana) e à Santa Catarina, o rei Ovimbundu passará pelos estados da Bahia e Rio de Janeiro antes de retornar ao seu país, no dia 15 de novembro.

Quem é o rei Tchongolola Tchongonga-Ekuikui VI?

Coroado em 2021, Ekuikui VI é o 37º soberano do reino subnacional do Bailundo, localizado na região central de Angola e Estado pré-colonial do povo Ovimbundu, com surgimento em meados de 1700. Antes da colonização e da escravatura, a região possuía autoridade política e econômica, abrangendo as províncias do Huambo, Benguela, Kwanza Sul, Bié e uma parte da Huíla.

FOTOS: Angola elege sucessor do presidente Santos após 38 anos no poder

Apesar de Angola ser uma república, com o poder político e de Estado unificado nas mãos do presidente, o rei dos Ovimbundus detém grande influência cultural e espiritual nos cinco reinos independentes do país africano. Ekukui VI, além de ser uma importante autoridade religiosa, encarregado de ministrar bênçãos, fazer culto aos ancestrais e levar conforto às pessoas quando necessário, é também símbolo de um povo que sobreviveu ao período colonial português.

Formado em Direito, Tchongolola fala quatro línguas, sendo uma delas o Umbundu, língua oficial do Reino do Mbailundo. O rei ainda tem fluência na língua francesa, portuguesa e inglesa.

Continua depois da publicidade

Visita à escola municipal de Itajaí

Antes de chegar em Florianópolis para uma palestra na UFSC, o rei do maior grupo étnico de Angola visitou a Escola Básica Mansueto Très, do bairro São Vicente, em Itajaí, na tarde desta segunda-feira (30).

Quem são os 26 pesquisadores da UFSC em ranking dos cientistas mais citados no mundo

Em discurso, Ekuikui VI destacou a importância de uma frase que viu exposta nas paredes da escola.

Respeito não tem cor, tem consciência. Recomendo que essa frase não fique apenas na escrita, mas sim que venha do fundo do coração para unificar todos os povos. Deus fez cada ser humano de forma única, mas o sangue que corre em nossas veias é um só disse o Rei Tchongolola. 

Veja imagens da visita do Rei Ekuikui VI em escola municipal de Itajaí

Veja imagens da visita de Tchongolola em escola municipal de Guarulhos (SP)

Continua depois da publicidade

Programação completa dos 48 anos de Independência da Angola

Entre os dias 31 de outubro a 2 de dezembro, a UFSC, em parceria com a Associação de Angolanos em Florianópolis (ASSAF) e o Instituto Kadila, promove o evento “48 anos de Independência de Angola – Quais caminhos e perspectivas seguir?“, por meio de palestras, seminários, atividades esportivas e celebrações.

Médico catarinense participa de missão humanitária na África

Além do auditório do CFH, as atividades acontecem na Escola Beatriz de Souza Brito e na Servidão Crescêncio Francisco Mariano, no bairro Pantanal, com transmissão de lives pelo instagram @africa.sensation.

Confira a programação completa:

  • 31 de outubro | 19h30 – Abertura: Fala Magna do Rei Ekuikui VI
    Auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) – Bloco B
  • 7 e 8 de novembro | 19h – Seminário 48 Anos de Independência De Angola
    Auditório Elke Hering – Biblioteca Universitária (BU)

Continua depois da publicidade

  • 9 de novembro | 20h30 – Live 48 Anos de Independência de Angola
  • 18 de novembro | 9h às 20h – Torneio Internacional de Futsal 48 Anos de Independência de Angola E.B Beatriz de Souza Brito – Rua Dep. Antônio Edu Vieira, 600 – Pantanal, Florianópolis – SC
  • 2 de dezembro | 20h – Festa da Dipanda de Angola – Servidão Crescêncio Francisco Mariano, 149, Pantanal, Florianópolis – SC

Serviço

O quê? 48 anos de independência de Angola

Quando? de 31 de outubro a 2 de novembro

Onde? Auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da UFSC, Escola Beatriz de Souza Brito e Servidão Crescêncio Francisco Mariano 

Catarinenses lideram ações para ajudar a desenvolver comunidades da África

Leia também

WEG anuncia parceria para criar nova empresa na África

Continua depois da publicidade

Angola, país petroleiro afundado em profunda crise econômica

Multinacional africana com mais de 80 mil funcionários compra empresa de SC