A confecção de boletins de ocorrência (BO) pela Polícia Militar causa uma disputa de competências em Balneário Camboriú. Uma determinação da Delegacia da Polícia Civil da Rua Inglaterra proíbe que os policiais militares preencham o documento ali – algo que vinha sendo feito com frequência.
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Em comum, as duas corporações usam o argumento do tempo para justificar as posições adotadas. Enquanto a Polícia Civil alega que o procedimento da PM tem atrasado o registro na delegacia, o comando da Polícia Militar afirma que o boletim, feito ali, agiliza a liberação das viaturas para o atendimento de novas ocorrências.
Enquanto não há entendimento, sobra demora para os dois lados. Neste domingo, um suspeito detido por tentativa de estupro contra uma criança de oito anos levou mais de três horas para ser entregue à delegacia.
Subcomandante do 12º Batalhão da PM, major Ronaldo Oliveira explica que os policiais militares são orientados a fazer o registro da ocorrência enquanto fazem a entrega na Polícia Civil, para agilizar o processo. Segundo ele, os dados são computados no sistema integrado de Segurança Pública, que é usado em todo o Estado.
_ Não podemos ficar com uma viatura parada até três horas na delegacia, porque temos outras ocorrências para atender. É exigido que o policial fique ao lado do preso na entrega, e se só puderem preencher o procedimento no lado de fora, não têm como entregá-lo _ afirma.
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Titular da delegacia, delegado André Manoel de Oliveira Filho afirma que a PM está fazendo um trabalho que, segundo ele, compete à Polícia Civil:
_ As pessoas acabam tendo que registrar dois BO’s, um com a Civil e outro com a PM, e não é competência deles fazer isto. Tem levado até quatro horas para finalizar um procedimento que deveria durar 30 minutos. A população tem reclamado _ diz.
Em defesa da PM, major Oliveira diz que a intenção da corporação não é criar problemas, mas ajudar no combate ao crime:
_ A população clama por segurança e a PM quer ajudar _ garante.