A Região Sul tem a menor proporção de famílias muito endividadas entre as regiões do país, aponta o Índice de Expectativa das Famílias (IEF), pesquisa divulgada hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Apenas 3,24% declaram encontrar-se nessa situação. A região com maior proporção de famílias altamente endividadas é o Nordeste (11,46%).

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A pesquisa mostra ainda que 51,52% das famílias brasileiras entrevistadas em abril disseram não ter nenhuma dívida. No Sul, o percentual é menor, 46,31%. No entanto, entre aquelas que admitem estar inadimplentes, 38,57% afirmaram não ter condições de pagar as contas atrasadas, um número considerado “preocupante” pelo Ipea. Na região Sul, 36,36% não terão condições de arcar com as dívidas. A região onde esse percentual é mais alto é o Norte (54,17%).

O valor médio da dívida das famílias brasileiras que admitem ter contas atrasadas passou de R$ 4.194,97 em março para R$ 5.247,78 em abril.

O indicador sobre a perspectiva de inadimplência das famílias caiu 1,9 ponto porcentual no mês passado em relação a março (40,5%), mas cresceu 6,4 pontos porcentuais ante janeiro (32,2%).

Segundo avaliação do presidente do Ipea, Márcio Pochmann, o crescimento do valor médio da dívida nos domicílios pode ser explicado, em parte, pelo maior número de famílias que não conseguiram pagar suas contas nos meses anteriores, o que faz o valor da dívida crescer. Pochmann também levou em consideração o efeito das medidas do governo para conter o crescimento do crédito, que incluem aumento da taxa de juros.

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O IEF é uma pesquisa mensal realizada pelo Ipea sobre a percepção das famílias, com entrevistas em 3.810 domicílios, em 214 municípios do país.