O ano vai virando e tem hospital com portas fechadas na região Sul de Santa Catarina. Já dura 10 dias a paralisação no Hospital Santo Antônio, em Timbé do Sul, cidade do Extremo-Sul do Estado. Há seis meses os funcionários não recebem os salários na unidade, administrada por uma associação. É só um exemplo do que a área da saúde enfrentou em 2015 e os desafios para o ano que vem.
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Duas maternidades públicas atendem as mães da Região Carbonífera, mas tanto o Hospital São José, em Criciúma, quanto o São Donato, em Içara, não são especializados em partos de alto risco. Isso aumenta a preocupação porque as gestantes precisam ser transferidas para Tubarão ou Florianópolis. O Hospital Materno Infantil Santa Catarina é o local preparado para receber essa demanda. O problema é que alguns equipamentos chegaram há quase dez anos, foram instalados, mas continuam sem data pra se tornarem úteis. Um hospital importante e sem prazo de início dos atendimentos. A prefeitura de Criciúma diz que serão necessários R$ 4 milhões todo mês para manter o hospital aberto e que não pode bancar sozinha.
O ano de 2015 foi marcado também por muitas greves nos hospitais do Sul. No São José, o maior em número de atendimentos pelo SUS do Estado, cerca de 500 funcionários paralisaram este mês em protesto pelo atraso no salário. A greve foi um reflexo da falta de repasse do governo do Estado e da prefeitura ao hospital. A situação até foi amenizada, mas não resolvida para o próximo ano.
Banco de olhos
Este ano, por causa da falta de um Banco de Olhos em Criciúma, 150 córneas deixaram de ser captadas, segundo o Instituto Médico Legal (IML). A SC Transplantes aponta que 120 pessoas aguardam por uma córnea em Santa Catarina, se houvesse o local, esta fila poderia ser zerada. Na próxima semana, o prefeito de Criciúma, Márcio Búrigo (PP), garantiu que assina a ordem de serviço para a obra prevista para iniciar ainda em janeiro. O recurso de R$ 300 mil do governo do Estado já está na conta.
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Infraestrutura
Além das obras de duplicação da BR-101, no trecho Sul, entre o Túnel do Morro do Formigão e a Ponte Cavalcanti, em Tubarão, com previsão de entrega até abril, outros trabalhos de acesso às cidades do Sul necessitam ganhar força para o ano que vem. A Via Rápida e o Anel de Contorno Viário de Criciúma são exemplos que precisam da atuação do poder público, mais empenho para pagamento das desapropriações e, principalmente, agilidade nos trabalhos.
Mais efetivo para hoje!
A segurança precisa ser foco do alto investimento no Sul para 2016. Criciúma teve recorde em homicídios em 2015. A maioria dos 60 casos teve envolvimento com o tráfico de drogas na cidade. Contudo, casos como o da médica Mirella Peruchi, de 35 anos, dão conta de que a violência não está só em bairros mais vulneráveis. Ela voltava para casa na região central e foi atingida por um tiro, durante uma tentativa de assalto. Aliás, o índice desse tipo de crime na região também chegou a patamares nunca registrados. Segundo a Polícia Civil, o aumento de roubos de veículos chegou a 120% no primeiro semestre desse ano, se comparado com o mesmo período do ano passado. Além do trabalho de prevenção, a luta é ainda por mais efetivo nas polícias militar e civil.
Ponte iluminada e Réveillon sem filas
Diferente dos anos anteriores, enfrentando as longas filas para passar ou ter acesso a Laguna, o turista vai ser recebido pelo mais novo cartão-postal do Sul neste 1º de janeiro. A Ponte Anita Garibaldi, além de facilitar o trânsito na BR-101 é um convite para curtir o Réveillon em Laguna, o maior em número de visitantes do Sul do Estado.
Na Praia do Mar Grosso, são esperadas 300 mil pessoas, que vão acompanhar 12 minutos de show pirotécnico. Até os próximos meses, a Celesc vai cumprir determinação da Justiça em manter a ponte iluminada. Espera-se que em 2016 se defina quem vai pagar a conta da energia elétrica.
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