Os 82 municípios da região Oeste que compõem a faixa de fronteira terão uma Câmara Temática de Assuntos Internacionais a partir de março. A Câmara será instalada em Chapecó e contará com representações do Governo do Estado, municípios e entidades da sociedade civil, e fará parte do Núcleo de Faixa de Fronteira da Secretaria de Estado de Planejamento.

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O diretor de Desenvolvimento Regional da secretaria e coordenador do Núcleo, Nelson Flores Boppré, disse que um dos temas da nova estrutura é viabilizar um novo corredor de milho para atender Santa Catarina, vindo da Argentina e Paraguai. Atualmente, o Estado precisa comprar 3 milhões de toneladas de outras regiões, principalmente do Centro-Oeste.

Hoje são necessárias 100 mil carretas vindas das outras regiões do Brasil para compensar o déficit de milho em Santa Catarina, num custo de R$ 5 bilhões, segundo Nelson Boppré. Trazendo milho do Paraguai e Argentina, esse custo pode reduzir em cerca de 40%, pois cai pela metade a distância, que atualmente é de 1,1 mil quilômetros até o Mato Grosso. Entre ida e volta, a viagem chega a 2,2 mil quilômetros.

Para trazer milho do Paraguai e Argentina são necessários alguns investimentos, como ampliação da estrutura e de funcionários do posto de fronteira em Dionísio Cerqueira. Também é necessária a construção de uma nova ponte sobre o rio Peperi-Guaçu, em Paraíso, além da instalação de uma nova aduana, que vai criar uma rota de entrada pelo município argentino de San Pedro. Essa demanda foi apresentada na Câmara Temática de Transporte e Logística do Ministério da Agricultura, em Brasília, na última semana. Agora, a região e o governo do Estado precisam se mobilizar para incluir estes pleitos no Orçamento da União.

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