A região Norte tem uma barragem entre as 44 unidades que aparecem na lista anunciada pelo governo federal para receber fiscalização prioritária depois da tragédia em Brumadinho (MG). Ela faz parte da Usina Bracinho, da Celesc, no entorno dos rios do Júlio e Bracinho, entre Joinville e Schroeder.

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As unidades listadas como prioritárias para a vistoria são as que apresentam alto risco ou alto dano potencial. A Usina Bracinho tem três barragens que são usadas pela Celesc. A localizada no rio do Júlio tem dano potencial alto e consta da lista da ANA. Já as outras duas barragens da usina, no 1º e no 8º salto, ficaram de fora da fiscalização prioritária por terem categoria de risco e dano potencial mais baixos.

Segundo o responsável pela operação e manutenção das usinas da Celesc, Flávio Spolaor, para determinar o dano é considerado o volume do reservatório, a altura e se há população próxima. O engenheiro não soube apontar quais desses critérios se enquadram na barragem do Bracinho. Ao redor da unidade, por exemplo, existe um hotel próximo, na Estrada Rio do Júlio, além de uma grande área de mata.

A Celesc ainda não sabe a data para a unidade passar pela fiscalização, mas informou que deve ser até maio deste ano. Flávio explica que as barragens passam por manutenção constante e a companhia mantém todas as ferramentas necessárias para dar segurança às barragens em uma central de operação em Florianópolis.

– A central trabalha 24 horas por dia, sete dias por semana. Ela faz a operação remota dessas barragens, tem câmeras, comando das comportas e medição do nível da água, além de todo um aparato que nos dá segurança – detalha.

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A Usina Bracinho existe desde 1931, sendo uma das mais antigas da Celesc em SC. A região ocupada pela hidrelétrica abriga também uma estação ecológica de 46 milhões de metros quadrados, com 12 saltos de água. A estação foi criada em 1984 e também é administrada pela companhia elétrica.

A usina funciona com duas barragens situadas no rio do Júlio e no 8o salto, usadas para acumulação de água. Por meio de comportas, a água é levada para a barragem que fica no 1o salto e serve para captação e transformação em energia. Segundo a Celesc, a unidade tem capacidade de 15 megawatts de potência, atendendo Joinville, Schroeder, Jaraguá do Sul, São Bento do Sul e Mafra.