Região desocupada por Direto do Campo e estacionamento da Comcap abriga ônibus e usuários de crack

A polêmica área do Aterro da Baía Sul de Florianópolis registra mais um impasse. Após a liberação pela prefeitura, em fevereiro, do terreno que abrigava o Direto do Campo e o estacionamento da Comcap para a União, a região volta a ser ocupada e de maneira irregular.

Na manhã de terça-feira, foram encontrados ônibus municipais e intermunicipais parados e usuários de crack no local que foi desocupado por determinação judicial. A entrada principal do estacionamento está bloqueada, mas há uma abertura lateral. Pelo menos 16 ônibus de quatro empresas estavam estacionados na região na manhã da última terça-feira, como conferiu a equipe do Diário Catarinense.

O procedimento não tem a autorização nem da União e nem da prefeitura. O secretário municipal de transportes, mobilidade e terminais, Valmir Piacentini, informou que iria apurar o caso e instruir os empresários a manterem a área desocupada. Se o problema persistir, as empresas poderão receber multas por parte da Polícia Militar.

– Não autorizamos qualquer uso daquela região. Até porque não temos autorização da União para ocupar a área – ressaltou.

O procurador-geral do município, Julio Cesar Marcellino Júnior, explica que a prefeitura vai requerer a área para iniciar a proposta de revitalização no Centro da cidade. Por enquanto, a responsabilidade do terreno estaria com a União.

O procurador-geral afirma que foi solicitado à Superintendência de Patrimônio da União (SPU) uma posse precária, o que ainda não teria sido concedido. Segundo Marcellino, isso permitiria que a prefeitura realizasse a limpeza, o fechamento completo do local e a segurança, com a Guarda Municipal. Já a SPU expõe que concedeu essa permissão para o ordenamento do local há mais de um mês.

Tanto o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros da Grande Florianópolis (Setuf) como o Departamento de Transportes e Terminais (Deter) comentaram que não orientaram os motoristas a estacionarem no local e que a iniciativa deve ter partido dos próprios motoristas.

Região abriga também dependentes químicos

A equipe do DC também flagrou usuários de crack no antigo estacionamento da Comcap, que chegam a utilizar placas de indicação de propriedade da União como proteção. O secretário municipal de segurança e defensoria do cidadão de Florianópolis, Raffael de Bona Dutra, complementa que a região integra o mapeamento dos pontos de dependentes de crack na cidade, apresentado semana passada.

De acordo com ele, no próximo mês, uma equipe da prefeitura irá a campo para oferecer tratamento e tirar essas pessoas das ruas.

Contraponto das empresas

l Biguaçu: A empresa ressaltou que não tinha conhecimento de que havia veículos no estacionamento e informou que iria verificar a situação.

l Jotur: A gerência operacional informou que os motoristas da empresa não têm autorização para estacionar no local e que iria checar a informação.

l Transol: A empresa disse que só a diretoria poderia se manifestar. Ninguém da diretoria foi encontrado e nem retornou às ligações até as 15h desta quarta-feira.

l Insular: A empresa, responsável por ônibus da Estrela, encontrado no local, informou que “se houve o ocorrido, foi um caso isolado” e que vai reforçar as orientações aos motoristas.

::: Confira flagrante de usuários de crack no Aterro da Baía Sul, em Florianópolis