Mesmo com tantas recomendações durante a temporada de verão, muitas pessoas ainda não respeitam a sinalização com bandeiras utilizadas nas praias catarinenses e acabam dando margem ao azar. Para evitar afogamentos, os guarda-vidas têm atuado fortemente e, durante a Operação Veraneio deste ano, já foram realizados mais de 1 milhão de prevenções em todo o Estado. A maior parte delas, 400 mil, nas 41 praias sob responsabilidade do batalhão de Itajaí.

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O balanço parcial da operação, divulgado nesta semana, revela também que o Litoral Norte é uma das regiões com o maior número de crianças perdidas na praia. Além de ser um dos locais onde ocorrem mais arrastamentos.

Conforme relatório do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina sobre a Operação Veraneio 2012/2013, de 6 de outubro até 6 de janeiro, o 7º Batalhão (Itajaí) registrou 419.601 ocorrências de prevenção a afogamentos. Ficando à frente do 1º Batalhão, que compreende a região de Florianópolis e registrou 298.343 casos no período.

Comandante do Corpo de Bombeiros de Itajaí, tenente-coronel Onir Mocelin explica que é sempre melhor prevenir do que ter de fazer um salvamento. Por isso, os guarda-vidas das 41 praias (em nove cidades) da região são orientados a interagir com os banhistas.

– Além da orientação focada na prevenção, temos um maior número de ocorrências devido à extensão das nossas praias, são 101 postos de salvamento na região – explica.

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Guarda-vida na Praia Brava, em Itajaí, Rafael Selva, 22 anos, explica que o número de orientações é grande pois ainda há muita gente desinformada. Algumas pessoas não entendem o significado da bandeira vermelha, segundo ele, e se arriscam justamente nas áreas onde há corrente de repuxo.

Turistas de Curitiba (PR), mas frequentadoras assíduas da praia, Virgínia Strujak, 18, e Thaís Pinheiro, 19, fazem questão de tomar todos os cuidados na hora do banho de mar. As jovens que frequentam a região quinzenalmente estão sempre atentas às bandeiras e às orientações dos guarda-vidas. Mas também não facilitam.

– Nós viemos aqui porque a praia é bem limpa, mas tem que tomar cuidado senão o mar puxa mesmo – diz Thaís.

Na quinta-feira, elas curtiram as férias com um longo banho de mar na Praia Brava. As jovens escolheram uma área entre duas bandeiras vermelhas, onde não havia aviso de perigo, e bem na frente do posto de guarda-vidas.

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Arrastamentos

Além de contar com as dicas dos guarda-vidas e da sinalização, os banhistas também devem ter cautela e sempre desconfiar do mar. Durante esta primeira parte da Operação Veraneio, a região de Itajaí registrou 471 arrastamentos, ficando atrás apenas da área do batalhão de Florianópolis, que teve 515.

Rafael Selva explica que é muito comum ocorrer com pessoas que bebem e entram na água. Por isso, a orientação dos bombeiros é de que a combinação mar e bebida não funciona.

O tenente-coronel Onir Mocelin fez um estudo em 2006 e lembra que os jovens estão entre as vítimas mais frequentes dos arrastamentos e afogamentos. O maior índice de mortes é entre pessoas de 16 a 20 anos. Além disso, boa parte dos arrastamentos ocorrem entre jovens de 11 a 15 anos.

– Eles se acham independentes nessa fase da vida, mas é importante que os pais tenham atenção assim mesmo.

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