A costureira Irene Alves de Souza, 38 anos, teve de esperar durante uma hora no pronto-atendimento (PA) Sul até ser informada que precisaria procurar a unidade Leste ou Norte para conseguir ser atendida por um médico. A unidade do bairro Itaum está em obras e desde outubro com atendimento restrito à pacientes em situação de urgência e emergência. Segundo a Prefeitura, a reforma e ampliação devem ser concluídas dentro do prazo, em maio deste ano.
Continua depois da publicidade
— Disseram para eu ir em outro PA, mas agora eu tenho que ir trabalhar e não consegui nem dormir por causa de uma dor insuportável no braço. Vou ter que passar em uma farmácia para comprar um remédio e torcer para parar a dor — conta Irene.
O município afirma que o redirecionamento dos pacientes vai acontecer até o final das obras. Segundo a Prefeitura, pacientes que procuram o PA Sul em situação mais emergencial precisando de deslocamento para outra unidade têm transporte gratuito por meio de van ou ambulância. Em razão da restrição de atendimentos, a média de pessoas atendidas caiu de 550 para 250 por dia. Por outro lado, nas outras duas unidades a procura é de aproximadamente 600 pessoas diariamente.
De acordo com a Prefeitura, metade dos profissionais que atendiam no Sul foram redistribuídos para as outras duas unidades para reforçar o atendimento. Atualmente, são dois médicos e dois enfermeiros no PA Sul; três médicos, um cirurgião, um dentista e três enfermeiros no Norte; além de quatro médicos, dois cirurgiões, um dentista, dois pediatras e quatro enfermeiros no Leste. A distribuição dos profissionais é feita por turnos.
A obra começou em maio de 2016, com prazo de conclusão de 24 meses. No momento, está sendo feita a fase de acabamento – piso, elétrico e pintura – da parte de ampliação do PA. O trabalho também envolve a área externa, como pátio e calçamento, que ainda está pendente. Na parte da reforma, está sendo feita a instalação elétrica, as gases medicinais e a climatização. Nessa área, faltam também a pintura e os pisos.
Continua depois da publicidade
Obras ficaram paradas durante um mês
As obras de reforma e ampliação ficaram paradas durante um mês no ano passado por causa de um impasse na liberação de recursos. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) alegou que o atraso ocorreu por causa da demora da Prefeitura em apresentar um certidão negativa de débito solicitada pelo Badesc, instituição que faz a operação e liberação dos recursos. O documento ativava o convênio entre a SES e o Fundo Municipal de Saúde (FMS).
Essas pendências foram resolvidas apenas quatro meses depois do previsto, após o município enviar uma certidão para o Estado para a liberação do repasse previsto. Com a checagem e aprovação dos documentos, o convênio foi assinado e enviado para Joinville. Assim, o município pôde retomar a obra no PA Sul. Ao todo, os valores para a realização das melhorias somam pouco mais de R$ 4 milhões. O governo federal investe R$ 1.009.516,00; o governo do Estado, R$ 2 milhões; e a Prefeitura, R$ 998.438,49.
Após a reforma e ampliação, o PA Sul terá o aumento de um para três leitos de sala de emergência; de um para dois os leitos de isolamento; e de seis para 12 os leitos de observação, sendo seis masculinos e seis femininos. A capacidade da sala de medicação e reidratação será triplicada, e a farmácia terá o dobro da estrutura atual.
O pronto-atendimento também terá uma central de materiais esterilizados reformulada, dois novos postos de enfermagem e preparação de medicação, além de salas de espera internas maiores, divididas em infantil e adulto.
Continua depois da publicidade
PROFISSIONAIS NOS PAS*
PA Norte: três médicos, um cirurgião, dez técnicos, um dentista e três enfermeiros
PA Leste: quatro médicos, dois cirurgiões, um dentista, dois pediatras, 14 técnicos e 4 enfermeiros
PA Sul: dois médicos, cinco técnicos e dois enfermeiros
* Os atendimentos são feitos por turno (manhã, tarde e noite)