A obra de restauração da Igrejinha da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi embargada pela prefeitura de Florianópolis. O prédio, também chamado de antiga “capela da freguesia da Santíssima Trindade”, é reconhecido pelo valor histórico e cultural. Um dos destaques da construção é o trabalho do artista pla?stico Hassis, que pintou em 1978 o mural “Humanidades” nas paredes do antigo altar-mor e na parte frontal do arco.
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A obra é conduzida pela própria UFSC. A Administração Central da universidade divulgou uma nota oficial nesta quarta-feira (6), considerando que a atitude foi “precipitada”. Leia a nota na íntegra:
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) considera que a decisão pelo embargo foi tomada de forma precipitada, uma vez que, em janeiro, a mesma pessoa responsável pelo auto de embargo à obra, atendeu a convite da Universidade e visitou as obras. Nada foi apontado quanto a possível irregularidade.
Além disso, não há restrições quanto a obras naquele espaço, por não se tratar de edificação tombada. Todos os requisitos necessários à execução da reforma foram atendidos.
A UFSC já entrou em contato com as autoridades do Município e está à disposição da Prefeitura para esclarecer as razões do embargo e retomar, o mais rapidamente possível, o importante é fundamental trabalho de recuperação daquele espaço.
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Administração Central da UFSC
Ouça as informações:
Obra
A reforma embargada começou em 7 de janeiro e ocorre, segundo a universidade, após 40 anos desde as últimas obras de melhoria. A previsão era de que fosse finalizada em maio.
Além da reestruturação elétrica, o projeto da reforma também prevê a recuperação do reboco, troca do piso por porcelanato, climatização e prevenção contra incêndio, além de exaustão, para circulação de ar.
Durante a remoção do reboco colocado sobre a estrutura original, os técnicos encontraram um altar na lateral direita, ainda da época de construção da Igrejinha. A área, com cerca de 10 metros quadrados, havia sido encoberta por tijolos.
Conforme o diretor do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) Michel Mittmann, uma das razões do embargo da reforma foi a falta de aprovação de projeto técnico de restauro para troca de rebocos.
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– Os materiais e técnicas empregados na reforma nos preocupam em especial, como por exemplo, a remoção de grandes panos de reboco sem avaliação detalhada da necessidade e ainda o uso de porcelanato no piso, que a prefeitura soube por notícia. O trato de bem tão importante merece balizar alternativas – declarou Mittmann.
As informações disponíveis no site da UFSC a respeito da Igrejinha são de que ela foi construída em 1848 e inaugurada em 1853, época em que o bairro Trindade era uma área rural da cidade.