Os índices de analfabetismo e de desemprego, melhores em relação

a 2012, não significam um mar de rosas. Mas podem servir de base

importante para novas políticas públicas. ?

Os números divulgados ontem pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que servem de base para reportagem da página 14, representam alento ao Estado, especialmente num cenário global de incertezas quanto aos rumos da economia e de precarização da educação no país.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conforme o levantamento feito no ano passado, Santa Catarina tem o menor número de desempregados (3,4% da população) e de analfabetos (3,9%) do país. Salta aos olhos a informação de que o percentual de desempregados no Estado é menor, por exemplo, do que no Japão, que alcançou 3,8% em julho deste ano. E de que o analfabetismo no território catarinense está no nível de países com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), à frente de Portugal, na Europa, e do Qatar, na Ásia.

Os dois índices, que melhoraram em relação aos dados consolidados em 2011, não significam absolutamente que o cenário é de mar de rosas. Mas podem servir de referencial importante para a formulação de políticas públicas que semeiem – ao contrário da arraigada prática imediatista da maioria de nossos governantes -resultados práticos a médio e a longo prazo.

As boas posições no ranking, ao contrário de alimentarem acomodação, têm a função pedagógica de alertarem poder público, iniciativa privada e sociedade civil no sentido de manutenção da sinergia que tem permitido este patamar privilegiado a Santa Catarina em relação aos outros Estados da federação.

Continua depois da publicidade

É certo que o panorama é resultado de um conjunto de fatores, que passam por esforços multissetoriais. No caso dos bons resultados da alfabetização, há que se considerar os investimentos públicos, a alta qualidade das escolas particulares, os investimentos públicos na educação e também os indicadores sociais – que refletem positivamente na permanência das crianças nas escolas. Em relação aos números de vagas no mercado de trabalho, destaque para o setor de serviços – que mais registrou empregados em 2012 -, e o da indústria, que emprega 26,3% da população economicamente ativa. É o maior índice do país, com São Paulo em segundo lugar, com 19,8%.

Lição de casa de todos é garantir uma performance melhor no ano que vem, que projete uma empregabilidade mais sólida, além da ambiciosa meta de analfabetismo zero. Por que não?