Os ares parisienses fizeram bem a Isabel (Camila Pitanga). Seis anos na capital francesa foram suficientes para dar uma reviravolta na vida da jovem que tanto sofreu: ela foi abandonada no altar, engravidou de um ricaço e foi enganada para achar que perdeu o bebê. Agora, retorna ao Rio ainda mais bonita, rica e uma dançarina de sucesso a partir do capítulo desta segunda-feira em Lado a Lado (RBS TV, 18h, segundas a sábados).

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Com seu retorno, também uma bela amizade será retomada: Isabel e Laura (Marjorie Estiano) preservaram intacto o carinho que sentiam uma pela outra. Agora, chega o dia em que elas finalmente se reencontram e matam a saudade. O aguardado abraço das duas terá como cenário a casa que Isabel comprou de Madame Besançon (Beatriz Segall). A ex-doméstica chega ao novo lar e se surpreende com a limpeza. É quando Laura aparece para contar que ela própria suou a camisa para manter tudo nos trinques.

– Vai dizer que a princesinha Laura fez alguma coisa? – brinca Isabel antes de saudar a amiga.

Emocionadas, as duas botam o papo em dia. Isabel, que já tem a independência financeira garantida e fica sabendo que a amiga vive em uma pensão, decreta: Laura tem que ficar ao seu lado.

– Olha, não é porque você já me hospedou um dia, nem porque tô com pena, mas pensa bem: o que a gente tem nessa cidade além do ombro uma da outra? De certo mesmo, a gente só tem nossa amizade, Laura – afirma a dançarina.

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Laura se emociona e aceita. Com isso, a fofoca irá aumentar no Rio de Janeiro: afinal, em 1910, não pegava bem duas mulheres sozinhas morando juntas. Quem não gosta nada do novo endereço de Laura, por exemplo, é Edgar (Thiago Fragoso), que fica preocupado.

– Não quero ser insistente, mas duas moças morando juntas, uma divorciada, outra com a reputação da Isabel… – diz o advogado. – Quero te convidar pra morar aqui por um tempo, como minha amiga.

– Não somos criminosas, não fizemos nada de errado. Não posso aceitar – diz Laura, recusando o convite.

>O Divórcio Naquela Época

No caderno TV Show da semana passada, dia 11, publicamos no TeleTudo uma nota sobre a separação de Laura e Edgar, que havia sido pouco explicada na novela (ao contrário de passagens históricas, como a Revolta da Chibata, que foi bem detalhada esta semana na trama). Para esclarecer os telespectadores de Lado a Lado, as duas historiadoras que escrevem para o site oficial da novela publicaram um texto reunindo os fatos sobre o tema naquela época.

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Luciane Reus e Rosane Bardanachvili explicam que é normal muita gente achar estranho que os personagens se divorciem em 1904, afinal o divórcio só foi permitido no Brasil a partir de 1977, após anos de luta entre os divorcistas e a Igreja Católica. No período colonial, não existia casamento civil no Brasil, e o matrimônio era regulado pelas leis da Igreja. O Código de Direito Canônico admitia a separação de casais, mas não lhes dava o direito de se casar de novo.

Em 1890, após a proclamação da República, foi instituído o casamento civil. No mesmo ano, por força do Decreto 181, os casais passaram a ter o direito ao divórcio, mas a indissolubilidade do matrimônio foi mantida. Ou seja, o divórcio no período de Lado a Lado existia, mas apenas no papel.

O termo “divórcio”, recordam as historiadoras, foi substituído por “desquite” em 1916, quando foi aprovado o Código Civil Brasileiro.