Fim da reeleição, altos gastos com propaganda eleitoral de rádio e televisão e publicidade oficial e a grande quantidade de recursos no Judiciário estiveram entre os temas mais discutidos durante o V Simpósio Judiciário e Imprensa na manhã desta terça-feira na Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC).
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O evento reuniu jornalistas e magistrados para debater as mudanças nas regras eleitorais e os desafios da imprensa e do Judiciário na atualidade. O simpósio foi aberto com uma palestra do presidente em exercício do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC), Sérgio Baasch Luz. O desembargador deu um panorama geral dos preparativos do tribunal para a eleição de outubro deste ano e garantiu que hoje o TRE-SC está pronto para os trabalhos.
Em seguida, dois painéis abriram a discussão sobre legislação, atuação da Justiça e da imprensa. O primeiro a falar foi o desembargador Ronei Danielli, que criticou a “forma benevolente” como “a lei tem sido interpretada em favor do infrator”, em referência a candidatos que são condenados nas primeiras instâncias, mas acabam se mantendo por muito tempo no poder por força de recursos.
Na sequências, os jornalistas Cláudio Prisco Paraiso e Moacir Pereira destacaram a necessidade de reformas política e eleitoral para o aprimoramento da democracia brasileira. Prisco defendeu o fim da reeleição e mudanças na legislação que impeçam a criação de muitos partidos, como acontece atualmente. O colunista Moacir Pereira sugeriu o fim das contribuições de empresas às campanhas e das coligações partidárias.
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– O que está acontecendo hoje no Brasil e em Santa Catarina é uma vergonha – afirmou Moacir, sobre alianças que não são formadas com vistas em programas e ideias, mas sim com o objetivo de somar tempo de propaganda eleitoral.
Ainda no primeiro painel, o desembargador Rodrigo Collaço avaliou que a propaganda oficial dos governos desequilibra a eleição em favor de quem está no poder.
No segundo painel, os juízes Fernando de Castro Faria e Hélio do Valle Pereira voltaram a falar sobre os gastos com publicidade. Faria lembrou as manifestações de junho do ano passado e como havia expectativa, depois do acontecido, de que as reformas política e eleitoral que se discutem há anos saíssem do papel.
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O jornalista Cláudio Thomas, diretor de imprensa do governo de Santa Catarina, reforçou o discurso para o fim da reeleição e o jornalista Roberto Azevedo enfatizou que a falta de credibilidade da classe política pode influenciar na apatia e desinteresse do eleitor, colocando em risco a própria democracia brasileira.