O Joinville Redlions está fora da Superliga Nacional de Futebol Americano em 2017. Na partida que decidiu a vaga na divisão de elite do esporte, a equipe catarinense foi derrotada pelo Santa Maria Soldiers (RS) pelo placar de 20 a 7, sábado à tarde, no campo do Caldeirão, em Joinville.
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Mais de 500 torcedores compareceram ao estádio para prestigiar o time de casa na decisão da Conferência Sul da Liga Nacional, mas o apoio foi insuficiente para mudar o resultado. Com o triunfo, o time gaúcho garantiu vaga na semifinal da Liga Nacional e disputará pela primeira vez a Superliga no ano que vem.
Invicto até o confronto decisivo, o Redlions questionou muito as marcações da arbitragem durante a partida. O head coach Dennis Prants divulgou uma carta de repúdio nas redes sociais e lamentou que a sua equipe tenha perdido a vaga na elite desta forma. Prants afirmou que não vai pedir a anulação do jogo, mas pretende cobrar providências da Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA) e solicitar o afastamento do presidente da comissão de arbitragem.
– Foi a maior vergonha que vi em um esporte na minha vida – disse Prants.
Confira abaixo a carta publicada por Prants nas redes sociais:
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Aos fãs e apoiadores do Joinville Redlions
Seu coach Prants, head coach e general manager do Joinville Redlions venho publicamente pedir desculpas aos fãs do meu time e também a todos os fãs do football no mundo pelos atos da arbitragem no último jogo aqui em nossa cidade.
Esta carta deveria ter sido escrita por um dos árbitros gaúchos do jogo, mas eu acredito que uma pessoa que tenha tido a atitude descarada e extrapolada de uso do poder para fazer o que fez no último sábado, não terá essa atitude, não faz parte de sua índole ou seu caráter.
Durante todo o ano de 2016, a diretoria e os atletas deste time deram tudo o que tinham para treinar, jogar e fazer o time acontecer. O nosso lema durante o ano era “faça Acontecer”. Foram sacrifícios e mais sacrifícios de cada membro deste time que em apenas cinco meses de trabalho conseguiu fazer o que alguns times com oito anos nunca fizeram. Isso se chama respeito ao esporte e aos seus fãs.
Quando conheci o football, vi a aplicação das regras punindo os infratores, justiça e uma beleza que não vi em nenhum outro esporte. Então, percebi o que no futebol brasileiro não tinha seriedade dos comandantes. Um dos elementos mais importantes deste esporte é o respeito às regras, o respeito a quem faz o que é correto.
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Eu peço desculpas a cada atleta, fã, apoiador e a cada ser humano que ama este esporte. Principalmente, a aqueles que pagaram ingresso e levaram as suas famílias ao estádio. Aos que deixaram o evento por passar mal, ao ver tanto absurdo, torço para que estejam bem.
Apenas não posso pedir desculpas aos nossos fãs ou apoiadores pelo jogo do meu time, pois fizemos o melhor jogo do ano. Eu vi novato com três meses de football fazendo jogo de gente grande. Vi uma defesa que em menos de dez dias treinou e mudou um sistema inteiro de marcação, surpreendendo o oponente e fazendo o único touchdown do jogo. Vi um ataque em campo que fazia três first downs (primeiras descidas) para valer uma.
Um dos ataques mais disciplinados da competição, mas a cada boa jogada um pano amarelo era jogado. Em 25 anos de football, já fui “garfado” algumas vezes, de forma sutil, mas desta vez foi como ver um senador da República fazendo o que quer por saber que é imune a tudo.
Quero dizer que por onde eu passei, deixei um título, no Cuiabá Arsenal, no Jaraguá Breakers e no Joinville Panzers. Foram vários! Aqui em Joinville, um título nacional é o que me motivou a voltar e trabalhar. Quando eu perco em campo contra um oponente que foi melhor, refaço muita coisa do meu trabalho. Como exemplo, cito a derrota do Breakers contra o Reptiles na prorrogação, em casa pelo TTD. Na entrevista e com os jogadores, o que eu falei foi que nós erramos demais e, na semana seguinte, corrigimos.
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Mas, em uma situação dessas, onde fomos superiores ao oponente em tudo, e que o extracampo interferiu no resultado final de forma desastrosa e aparente, o que fazer é repensar sobre os campeonatos. Iremos até o fim pelos nossos direitos. Faremos o que for preciso para que o football expulse pessoas como este árbitro que de forma sucinta abriu mão de todos melhores ensinamentos do football para benefício próprio. Neste novo mundo, atitudes como a de máfias da década de 50 não podem ser aceitas por uma instituição que rege o esporte nacional.
Continuaremos trabalhando para fazer o melhor football em nossa cidade, representando-a de maneira honrosa para orgulhar a todos que nos assistem, apoiam e incentivam. Buscaremos novas metas, as quais serão atingidas. Faremos o que for possível e tentaremos o impossível para colocar Joinville nos holofotes do football brasileiro. Aos nossos fãs, apoiadores, nossa comunidade, também digo: MUITO OBRIGADO PELO APOIO!
Um time com cinco meses de vida ter 560 pessoas na arquibancada em uma tarde de sol apoiando o time do início ao fim, não é para qualquer um. Vocês são incríveis!