Às vésperas do feriadão de Corpus Christi, a rede hoteleira de Santa Catarina já sente os reflexos diretos da greve dos caminhoneiros na reserva de hospedagens. Com baixa procura e registro de cancelamentos, o trade turístico projeta movimento fraco mesmo que a paralisação termine antes de quarta-feira, já que será necessário um tempo mínimo para o reabastecimento das cidades.

Continua depois da publicidade

Esse feriado não costuma ser o de maior ocupação de hotéis e pousadas no Estado, mas a mobilização dos motoristas em todo o país trará números ainda menores para 2018. O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Balneário Camboriú e região (Sindisol) afirma que já houve cancelamento de reservas principalmente pela dúvida do conseguir “ir e vir” em razão da falta de combustível.

— Esperava-se um movimento em torno de 50% de ocupação, que é um percentual bom para este feriado, mas desde que começou a greve caíram as reservas e agora também não há nenhuma procura. Acredito que a ocupação fique em 10, 15% — avalia a vice-presidente do Sindisol, Dirce Fistarol.

No Estado como um todo, o cenário também não deve mudar muito. Como o feriado caiu em uma quinta-feira, com muitos locais emendando a folga na sexta, a expectativa era até de um fluxo turístico maior do que em anos anteriores, mas já se sabe que o resultado será bem diferente do esperado.

— O setor está apreensivo, baixou o movimento e com certeza terá reflexo na hotelaria, em restaurantes, bares. Deveríamos ter entre 60 e 70% de reservas em todo o Estado. Deve cair para 50, 40% — comenta o presidente da Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de SC (Fhoresc), Estanislau Bresolin, presidente da Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de SC (Fhoresc).

Continua depois da publicidade

Santa Catarina conta com cerca de 147 mil leitos de hospedagem, sendo em torno de 20 mil em Balneário Camboriú.

A Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte diz que há uma preocupação com o impacto da greve no setor, mas que não há nenhum cancelamento em relação às ações da pasta até o momento.

Maratona em Florianópolis deve garantir mais movimento na Grande Florianópolis

Embora também sofra com desabastecimento de combustível e de alimentos, a Grande Florianópolis deve registrar um feriado de maior ocupação hoteleira do que outras regiões por conta da maratona 42k de Floripa. Essa é a expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Estado (ABIH-SC) graças ao evento, que espera reunir 6,5 mil corredores no próximo domingo em três provas de corrida: maratona, meia maratona e com 7km de percurso.

— As pessoas fizeram a inscrição para a maratona e automaticamente já reservaram a hospedagem. Então mantemos a previsão e temos a rede hoteleira lotada para o feriado, principalmente no Centro — declara a Relações Públicas da associação, Lara Perdigão.

Continua depois da publicidade

Dia a dia de bares e restaurantes também é afetado

Em diferentes níveis de gravidade, bares e restaurantes também são afetados no dia a dia das cidades. Os menores sofrem de forma mais imediata, já que têm pouco ou quase nenhum estoque e sentem falta dos produtos mais básicos desde o início da greve. Os grandes estabelecimentos acabam tendo mais fôlego, especialmente pela capacidade financeira e logística de armazenar quantidades maiores de insumos e por mais tempo. Mesmo assim, o impacto acaba chegando para todos.

— Além das dificuldades de abastecimento de alimentos, tem a diminuição do movimento de clientes. E nisso os restaurantes mais afastados sofrem ainda mais, no fim de semana especialmente, porque as pessoas não conseguem nem ir até os locais — destaca o conselheiro da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em SC (Abrasel-SC), Fabio Queiroz.

Acompanhe as atualizações sobre a greve dos caminhoneiros

Escolas de Florianópolis mantêm aulas normais durante a greve dos caminhoneiros